Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 27 de julho de 2021

AMIGOS DE LONGA DATA. Líder de ato neonazista pró-Bolsonaro em 2011 organiza carreatas em apoio ao presidente em SP

Terça, 27 de julho de 2021

Eduardo Thomaz concedeu entrevista em ato com grupos neonazistas, em 2011; ele segue apoiando o presidente Jair Bolsonaro - Reprodução/TV Gazeta e Reprodução/Instagram


Eduardo Thomaz foi candidato a prefeito pelo PSL e ostenta relação com general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI

Paulo Motoryn
Brasil de Fato | Brasília (DF)

O militante de extrema-direita Eduardo Thomaz, um dos líderes de manifestação que reuniu grupos neonazistas em apoio ao então deputado federal Jair Bolsonaro, em 2011, na Avenida Paulista, em São Paulo, é um dos organizadores de carreatas e motociatas em favor do atual presidente da República.

Thomaz foi uma das figuras públicas da manifestação de rua ocorrida 10 anos atrás. Na ocasião, disse que o ato foi motivado por "solidariedade" a Bolsonaro, criticado por declarações homofóbicas feitas durante entrevista ao programa CQC, exibido pela TV Bandeirantes.


À época, o então deputado disse à cantora Preta Gil que não correria o risco de ver seus filhos apaixonados por uma negra porque teriam sido bem educados. Em reação, grupos neonazistas convocaram manifestação de apoio ao congressista no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Em entrevista à TV Gazeta durante a manifestação, Thomaz se identificou como integrante do grupo Ultra Defesa. "A gente está dando apoio ao deputado Bolsonaro porque ele representa a família brasileira. Nós temos direito de apoiar ele", afirmou.

Em seu site, o Ultra Defesa afirma que seus princípios fundamentais são “Deus, Brasil e Família”. Os integrantes do grupo também são adeptos da “Saudação Romana”, que é o ato de estender o braço para a frente com a palma da mão para baixo.

Vice-presidente do STF mantém quebra de sigilo de servidor apontado como integrante do “gabinete do ódio”

Terça, 27 de julho de 2021


De acordo com informações prestadas pela CPI da Pandemia ao Supremo, Carlos Eduardo Guimarães teria “intensa atuação na escalada da radicalização das redes sociais por meio de notícias falsas”.


Do STF
A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, que está no exercício da Presidência, indeferiu liminar no Mandado de Segurança (MS) 38039, por meio do qual o servidor público Carlos Eduardo Guimarães buscava impedir a quebra de seus sigilos telefônico e telemático pela CPI da Pandemia. O requerimento foi aprovado pela CPI em razão de indícios de que Guimarães teria atuado na divulgação de notícias falsas.

Segundo informações prestadas ao STF pela CPI, os senadores chegaram a Carlos Eduardo Guimarães por meio das redes sociais, pinçando mensagens de cunho ofensivo, difamatório, injurioso e calunioso, de autoria atribuída publicamente a ele. Ainda de acordo com tais informações, o servidor seria “conhecido pela imprensa e pelo público em geral da internet como atuante na fabricação e divulgação de conteúdo falso”.

Nana Mouskouri e nosso ouro nas olimpíadas Tóquio

Terça-feira, 27 de julho de 2021

Acordo às 5. Assisto nosso Ítalo ganhar medalha de ouro nas olimpíadas de Tóquio. Ouço a grande cantora grega Nana Mouskouri que sempre me encanta e foi lá onde tudo começou. Na Grécia antiga. Vejo Tóquio onde vivi como correspondente da revista O Cruzeiro em 1972. Era uma garota de 22 anos. Sonhava muito. Hoje sou uma garota de 72. Continuo sonhando. Vislumbro um mundo melhor sempre. Tenho a Lua. Minha neta de quase um ano e que ontem me sorriu na chamada de vídeo no colo do meu filho. Brasília, Grécia, Rio de janeiro, Tóquio. Drummond estava certo. Mundo, vasto mundo. Se eu me chamasse Raimundo seria uma rima não uma solução. Mundo pequeno esse. Brasil no podium. Amor no coração. Sonho nas nuvens. Lua me sorrindo. Esperança renovada, Japão me trazendo histórias de meio sculo atrás. Estou viva pra comemorar o ouro de crer numa humanidade reorganizada. Cida Torneros

Cida Torneros é jornalista aposentada e edita no Rio de Janeiro o Blog Vou de Bolinhas.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Covid-19: MPDFT questiona divulgação de leitos bloqueados em hospital de campanha da PM; é um faz de conta do governo do DF?

Segunda, 26 de julho de 2021

Leitos não possuem mais cobertura contratual para funcionamento, por isso não devem ser divulgados pela SES. Subsecretaria de Planejamento em Saúde tem cinco dias para encaminhar resposta

Do MPDF

A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) requisitou esclarecimentos à Subsecretaria de Planejamento da Secretaria de Saúde (SES) sobre a divulgação, no portal da Sala de Situação do Governo do Distrito Federal, de duzentos leitos bloqueados no Hospital da Polícia Militar. O contrato com a empresa Associação Saúde em Movimento (ASM), que fazia a gestão dos leitos, foi finalizado. A Subsecretaria tem o prazo de cinco dias para responder. O documento foi enviado nesta sexta-feira, 23 de julho.

A Prosus esclarece que os leitos não possuem mais cobertura contratual para continuar a prestação dos serviços e a SES não realizou nova contratação para a continuidade do atendimento no local. Por esse motivo, não se justifica que permaneçam visíveis na Sala de Situação. A divulgação pode causar o entendimento equivocado de que esses leitos voltarão a estar disponíveis. Ao contrário dos leitos bloqueados, que não têm condição de funcionar temporariamente mas podem ser reativados, as vagas no Hospital de Campanha da Polícia Militar não existem mais.

Live de Negodai nesta terça (27/julho) às 15 horas. Não percam! Curtam o show com músicas autorais do artista filho e morador do Gama, DF

 Segunda, 26 de julho de 2021


LIVE*NEGODAI

(27 de Julho, 15 HS)

Amanhã, terça (27/7) terá live, pessoal! 🎤🎤🎤📽️🎙️

E o repertório está cheio de música boa🎼🎤

Grandes sucessos 🥁

Música autoral🙋🏾‍♂️

Colabore com a arte local, divulgue em suas redes sociais.

Um forte abraço!

Negodai

Acesse a live no canal do Youtube do Instituto Cultural Caminhos 


              Produção

@institutoculturalcaminhos

O SISTEMA FEUDAL DO DF —Capítulo III da Série Feudalismo Distrital

Segunda, 26 de julho de 2021


O SISTEMA FEUDAL DO DF — Capítulo III da Série Feudalismo Distrital

Por Juan Ricthelly

A população segue afastada do processo de participação decisória de suas comunidades e territórios. Por quê? Por qual razão nenhum dos governadores levou essa questão adiante?

Porque é um sistema cômodo! Tanto para o Governador, quanto para os Deputados!

Chamamos esse sistema de Feudalismo Distrital, e lamentavelmente todos os governos que tivemos até hoje, se beneficiaram dele de alguma maneira, tendo em vista que tão poucos esforços foram feitos para garantir a participação da população no processo de escolha dos Administradores Regionais, e isso não é por acaso.

Quando um governador é eleito, normalmente precisa formar uma base para realizar o seu programa de governo, e isso não é de graça, além dos custos que a população paga para manter um deputado, o governador também precisa desembolsar alguma coisa para ter apoio, normalmente alguma secretaria, alguns cargos comissionados avulsos pela estrutura do GDF, ou na melhor das hipóteses, alguma Administração Regional.

E Administrações Regionais são moedas de troca diferenciadas, pois com ela, vem o território que ela envolve, a população que nele vive, a publicidade gratuita que obras realizadas pelo Executivo traz e a possibilidade de ter um escape para a execução de emendas parlamentares priorizadas sem a inconveniência de ter o recurso barrado por algum “coronel” local.

No Feudalismo Distrital, o Governador se converte numa figura equivalente ao suserano dos tempos medievais, e os deputados de sua base, em verdadeiros vassalos, que devem apoio incondicional ao governo, caso contrário podem sofrer retaliações, como a perda de seu feudo.

Com esse sistema, o governador tem uma base de apoio, e o deputado ganha uma base material para preparar a sua próxima eleição, oferecendo cargos comissionados na Administração Regional para seus apoiadores (vassalos do vassalo), se promovendo com qualquer coisa feita pelo Executivo na cidade e tendo as suas emendas priorizadas, já que a administração é sua, e a cidade se converte em seu curral eleitoral.

Isso possibilita por exemplo, que uma cidade como o Gama, em menos de dois anos de governo, já tenha tido 4 administradores regionais, sem a participação da comunidade, um número infeliz.

Entender como esse sistema funciona, facilita bastante compreender algumas decisões tomadas por alguns deputados, se você verifica um recuo aparentemente inexplicável de algum parlamentar, basta se perguntar: o que ele teria a perder, se não voltasse atrás?

Simples, a Administração Regional sob o seu comando e os cargos que possui na estrutura administrativa do GDF.

Fizemos um breve levantamento de quantas Administrações Regionais estão sob o comando de algum vassalo do Governador Ibaneis. Infelizmente está incompleto, mas é importante para termos uma ideia de como esse sistema se materializa:


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL/DEPUTADO (Partido)

Gama (Daniel Donizet - PL)

Jardim Botânico (Daniel Donizet - PL)

Guará (Rodrigo Delmasso - Republicanos)

SIA (Rodrigo Delmasso - Republicanos)

Núcleo Bandeirante (Hermeto - MDB)

Candangolândia (Hermeto - MDB)

Samambaia (Rafael Prudente - MDB)

Estrutural (Rafael Prudente - MDB)

Itapoã (Flávia Arruda - PL)

Sobradinho II (Flávia Arruda - PL)

Varjão (Martins Machado - Republicanos)

Cruzeiro (Reginaldo Sardinha - Avante)

Águas Claras (Agaciel Maia - PL)

Ceilândia (Fernando Fernandes - PROS)

Planaltina (Claúdio Abrantes - PDT)

Sobradinho (João Cardoso - Avante)

Santa Maria (Jaqueline Silva - PTB)

Brazlândia (Iolando - PSC)

Riacho Fundo II (Valdelino Barcelos - PP)

Vicente Pires (Pr. Daniel Castro - Suplente)

Arniqueiras (Telma Rufino - Suplente)


A consequência principal dessa forma de fazer política é o afastamento da população do debate sobre a gestão de suas comunidades e territórios, e a conversão das Administrações Regionais em extensão de gabinetes parlamentares, com o propósito de servir aos interesses políticos do Deputado/Vassalo, e do Governador/Senhor Feudal, aumentando a sua base de apoio na CLDF, aprovando os seus projetos e impedindo que o Legislativo fiscalize as ações do Executivo, sendo o exemplo mais escancarado o sepultamento da CPI DA PANDEMIA.

Você sabe quem é o Administrador Regional da sua cidade? Sabe quem é o deputado que indica e decide isso? Você votou nele? Concorda com isso?

Confira aqui mesmo no Blog Gama Livre na semana que vem o próximo capítulo da série FEUDALISMO DISTRITAL.


LEIA:




PRÓXIMO CAPÍTULO:

IV – Uma Breve História da Administração Regional do Gama

*Juan Ricthelly  é advogado, ambientalista militante, coordenador do Gama Verde, músico, e inquieto filho e morador do Gama, DF.



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Obs.: Por ser um texto de opinião do autor, não necessariamente coincide com a posição deste Blog.

FALSAS PROMESSAS. Quatro anos de "reforma" trabalhista: da perda de rumo do crescimento aos excluídos sociais

Segunda, 26 de julho de 2021

Sem a presença de trabalhadores, governo Temer faz festa, em 2017, ao aprovar nova lei trabalhista: empregos não vieram até hoje - (Divulgação/Governo Federal)

Lei foi criada sob o pretexto de criar empregos e dar “segurança jurídica”, mas desemprego aumentou

Do Brasil de Fato com informações de Vitor Nuzzi Rede Brasil Atual


Aprovada há quatro anos, a Lei 13.467, de “reforma” da legislação trabalhista e sindical, tramitou sob sucessivas promessas governistas de criação de postos de trabalho e segurança jurídica.

Os empregos não vieram até hoje, e a lei continua sofrendo questionamentos, inclusive jurídicos. “As promessas da reforma eram falsas”, afirma a desembargadora aposentada Magda Barros Biavaschi. “Não é se flexibilizando, retirando direitos, isso todas as pesquisas mostram, que se dinamiza a economia”, acrescenta.

Para o professor Marcio Pochmann, há pelo menos cinco anos o país “perdeu o rumo do ponto de vista da perspectiva de voltar a crescer”.

São quatro fases de recessão desde os anos 1990. “Iniciamos 2021 com a economia 7% menor do que era em 2014”, comenta. E a “reforma” trabalhista, termo que ele considera inadequado, configurou o “maior ataque” em décadas contra os trabalhadores, atingindo também o movimento sindical.

Chuva de gatos


 

Eduardo Galeano, no livro “Os filhos dos   dias”.
L&PM Editores, 2ª edição, pág. 238.

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Leia também:

domingo, 25 de julho de 2021

Urbanismo: Ibaneis quer atividade econômica nas casas do Lago Sul, Norte e Park Way

Domingo, 26 de julho de 2021

Um detalhe que preocupa moradores desses bairros é que o projeto de Ibaneis não exige que a atividade econômica seja desenvolvida por um morador do bairro e em seu local de moradia. Não há nem mesmo limitação da quantidade de profissionais que poderá atuar a partir de um endereço residencial. Ou seja, não é uma iniciativa para se adequar aos modernos conceitos de home-office.

Por Chico Sant’Anna

Moradores do Lago Sul, Norte, Park Way e Taquari voltam a ficar apreensivos com a cobiça do GDF e de alguns parlamentares da Câmara Legislativa sobre o uso e a destinação dos lotes onde moram.

Depois de quase dois anos de muita luta e mobilização contra a iniciativa do governo Rodrigo Rollemberg em permitir que os lotes residenciais nesses bairros tivessem uso comercial e econômico; a administração de Ibaneis Rocha em plena Pandemia retoma a redação de uma nova Lei de Uso e Ocupação do Solo – Luos e, em seus regramentos, abre a porteira para que atividades econômicas possam existir nos lotes residenciais dessas localidades. Desta forma, em termos de perspectiva de como preservar essas regiões administrativas, não se vê muita diferença de concepção entre os governos petista de Agnelo Queiroz, do socialista de Rodrigo Rollemberg e do conservador Ibaneis Rocha. Todos tem olho gordo nos quatro bairros.

Resistência das mulheres negras é destaque do Bem Viver na TV; assista

Domingo, 25 de julho de 2021
Além das redes do Brasil de Fato, o programa é veiculado na Rede TVT, TVCom Maceió, TV Floripa e TVE Bahia

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 25 de Julho de 2021

Esta edição do Programa Bem viver celebra o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha - Arquivo/Agência Brasil

O Bem Viver na TV deste sábado (24) é uma edição dedicada à luta das mulheres negras. O programa traz conteúdos que celebram o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, em 25 de julho. A data no Brasil também é uma homenagem à Tereza de Benguela, uma das líderes da resistência à escravidão no século 18.

No quadro de Entrevista, Maria Aparecida Mendes, da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), fala sobre o legado de Tereza e sobre os desafios atuais no país. No Momento Agroecológico, apresentamos as quebradeiras de coco de babaçu que são guardiãs do meio ambiente no Piauí e no Maranhão.


O Mosaico Cultural traz o batuque e a ancestralidade do jongo. Essa manifestação cultural foi herdada dos grupos bantos da África Meridional e está presente em vários estados, especialmente no Sudeste brasileiro. As mulheres ganham cada vez mais espaço nas rodas.

O Bem Viver é uma produção do Brasil de Fato em parceria com a Rede TVT. Na emissora paulista, que abrange a Grande São Paulo, a produção vai ao ar às 13h30, com reprise no domingo às 6h30 e na terça-feira às 20h. Além disso, tem exibição na TVCom Maceió, na TV Floripa, na TVU de Pernambuco e na TVE Bahia.

E tem mais!

No Alimento é Saúde, o programa apresenta o umbuzeiro, também conhecido como “Árvore Sagrada do Sertão”, uma planta típica da Caatinga e de fruto saboroso.

Por falar em comida, a cozinheira Letícia Massula, do Blog Cozinha da Matilde, ensina uma receita para animar a criançada: um sanduíche de ricota que pode receber ingredientes diversos.

E, no clima dos jogos olímpicos, o quadro Dica de Saúde reforça a importância da atividade física como fator protetor para doenças.

Onde assistir

Nas redes sociais do Brasil de Fato (Facebook e YouTube); na TVT, no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC; na TVCom Maceió, no canal 12 da NET; na TV Floripa, também no canal 12 da NET; na TVU (Universitária) Recife no canal 40 UHF digital e na TVE Bahia, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital.

Quando: 

Na TVT: sábado às 13h30; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h.

Na TVCom: sábados às 10h30, com reprise domingo às 10h.

Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h.

Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30.

Sintonize

No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.

O programa também é transmitido pela Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O Programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: radio@brasildefato.com.br.


Edição: Leandro Melito

REFLEXÕES SOBRE A SUCESSÃO DE 2022

Domingo, 25 de julho de 2021

Por Pedro Augusto Pinho*
O domínio da política atual, embora não queira assim se revelar explicitamente, é idêntico ao do velho e carcomido udenismo lacerdista: moralismo de fachada, antinacionalista e pró-estadunidense. Recordemos o que Carlos Lacerda falava/escrevia sobre o General Estilac Leal: (o general) “começou um movimento nacionalista e antiamericano no Exército, extremamente perigoso”, a respeito da atuação no Clube Militar. Mas reconhecia que o General Estilac Leal “nunca foi comunista, nem coisa que se pareça, mas uma espécie de esquerdismo que a gente hoje chamaria de um nacionalismo exacerbado”.

As manifestações identitárias, sem desqualificar suas motivações, financiadas por capitais financeiros estrangeiros, como do megaespeculador George Soros, jamais permitem que se coloque a questão nacional nas suas reivindicações, pois como este bilionário afirmou: “seu maior inimigo é o nacionalismo”.

Por conseguinte, a mídia comercial, hegemônica, dos canais de televisão, aberta e por assinatura, das emissoras de rádio, dos jornais e revistas impressos e dos blogs e portais virtuais, toda ela irá esconder, ofuscar, quando não denegrir, qualquer candidato que coloque em destaque a questão nacional e nela aponte a necessidade de mudança, para resolver os problemas do País.

É realmente difícil, no momento que o País está imerso no desemprego e no subemprego dos uber e dos empreendedores individuais (MEI), da pandemia matando milhares de pessoas sem que as autoridades governamentais, responsáveis pela saúde pública, atuem com eficácia e prioridade que o caso exige, a miséria aumente e volte aos lares de onde recentemente saiu, por um assistencialismo que não atingia as causas nem esclarecia os motivos do pauperismo, apontar que a subserviência aos interesses dos capitais apátridas, o entreguismo dos dirigentes e dos seus apoiadores, é nosso maior problema.

Joviano Soares de Carvalho Neto, professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), membro do Centro de Estudos e Ações Sociais - CEAS e do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas - CEBEP, escreveu para o Simpósio sobre Nacionalismo, ocorrido em julho de 1977, durante a 29ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Paulo, que o nacionalismo, embora quase sempre se insira apenas nos contextos econômicos, políticos e sociais, envolve também a perspectiva cultural, a compreensão da condição humana no contexto da sua vida e de onde mora, de obrigatória inclusão.

O mundo globalizado financeiramente no qual vivemos, desde 1991, sob a ideologia neoliberal, já demonstrou sobejamente sua incapacidade de promover o desenvolvimento econômico, a inclusão social e o progresso científico e tecnológico. Muito ao contrário; vive-se do que se obteve e ainda não foi destruído, nos anos anteriores, especialmente nos 30 gloriosos, como os economistas da Associação Francesa de Economia Política qualificam o período 1945-1975.

Neste momento quando aguardamos que o Peru do general Juan Velasco Alvarado (1910-1977) volte com Pedro Castillo, eleito presidente aos 51 anos, e assim reencontrar seu povo e sua nação, vamos recordar o artigo do grande intelectual peruano José Carlos Mariátegui (1894-1930), que assim se expressou sobre outro nacionalista, o chinês Sun Yat Sen (1866-1925), fundador do Kuomintang (Guó Min Dang, literalmente Partido Nacionalista Chinês):

“O destino histórico da China quis que essa geração de agitadores, educada nas universidades norte-americanas e europeias, criasse, no cético e letárgico povo chinês, um estado de ânimo nacionalista e revolucionário, no qual deveria se formar uma vigorosa vontade de resistência ao imperialismo norte-americano e ao europeu. A China sofria, nesse tempo, os vexames e as espoliações da conquista. As potências europeias haviam se instalado em seu território, enquanto o Japão também se apressava em reclamar sua parte no metódico saque”.

“A revolta boxer havia custado à China a perda das últimas garantias de sua independência política e econômica: as finanças da nação se achavam submetidas ao controle das potências estrangeiras, ao mesmo tempo em que a decrépita dinastia manchu não podia opor qualquer resistência à colonização do país nem suscitar ou presidir um renascimento da energia nacional. Impotente perante a abdicação da soberania nacional, já não era mais capaz de retroceder: não possuía nem apoio nem a confiança da população. Exangue e anêmica, estranha ao povo, vegetava lânguida e palidamente, representando somente um feudalismo moribundo, cujas raízes tradicionais se mostravam cada vez mais envelhecidas e minadas” (originalmente publicado em Variedades, Lima, 28/03/1925, traduzido por Luiz Bernardo Pericás para o Boitempo Editorial, SP, 2005, em J. C. Mariátegui, Do sonho às coisas Retratos subversivos).

Darcy Ribeiro (1922-1997), dos maiores pensadores brasileiros, distinguia na evolução humana, na passagem de um estágio para outro, dois modos: a aceleração evolutiva e a atualização histórica. O Mestre exemplificava: “a nação passa da condição feudal para a condição capitalista, ou desta para condição socialista” dá-se a aceleração evolutiva. “A atualização histórica é aquele fenômeno através do qual um povo é retirado de uma condição histórica atrasada ou vinculada a uma civilização do passado e é conduzido a uma situação nova, correspondente à nova civilização emergente”.

Será que no momento da descoberta, ensina Darcy Ribeiro, “as populações indígenas ascenderam à nova condição de civilização? Ou os negros trazidos para cá ascenderam à civilização mercantil virtualmente capitalista? Não, eles experimentaram uma atualização histórica”.

Os Estados Unidos da América (EUA) faz sua independência, prossegue Darcy Ribeiro, com a dinâmica “dos motores da Revolução Industrial”, se inserindo em nova civilização; “experimentam uma aceleração evolutiva”. Nós, brasileiros, tivemos uma atualização histórica, “saímos da condição de colônia portuguesa para dependência da Inglaterra e, depois, dos EUA”, tivemos uma modernização reflexa.

Podemos, no entanto, incluir novo conceito, do estado reverso, inimaginável por Darcy Ribeiro e pela geração nascida durante as guerras e revoluções da primeira metade do século passado: o retrocesso civilizatório, ao lado do progresso tecnológico. Um paradoxo que o Brasil e outros países dependentes vivem neste século XXI.

O início deste reverso civilizatório não teve a mesma data para todas as nações, pois atendeu, como sempre ocorre, às condições objetivas, diferentes em cada país, mas que foi atingindo todo mundo neoliberal, o mundo dos capitais especulativos apátridas, hoje denominados “gestores de ativos”, desde as desregulações ocorridas nos anos 1980.

No Brasil, este mundo começa com a “Nova República”, se acentua com a promulgação da Constituição de 1988 e se estabelece com a eleição de Fernando Collor, em 1989, por coincidência o ano da divulgação do Consenso de Washington, que passa a ser a doutrina dos organismos internacionais (Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio) e dos programas de governo dos globalistas, ou seja, daqueles que combaterão os nacionalismos. A Constituição de 1988, saudada como cidadã, não protegeu o Estado Nacional, mas o que sentiu nos 21 anos de governos militares, ou seja, falta do sistema judiciário em condição de manter os direitos civis.

O retrocesso civilizatório se constata em diversas áreas: econômicas, jurídicas, sociais; e em diversos setores: da energia, da produção industrial, do comércio. Vou me restringir à situação do petróleo, antes de iniciar as reflexões sobre a cultura e o Estado Nacional.

As petroleiras anglo-neerlandesa e estadunidenses, até ao final do século XX, eram reconhecidas como de alta qualificação técnica, exemplo para as dos submissos países colonizados, dependentes ou em desenvolvimento. O processo de financeirização e a prioridade para distribuição de dividendos levaram estas empresas a reduzir suas descobertas e, consequentemente, as reservas de petróleo e gás. A descoberta do pré-sal brasileiro esteve em área anteriormente entregue a estas empresas, mas só foi descoberto e colocado em produção pela Petrobrás.

A bem da verdade, ainda hoje, malgrado o desmembramento e as alienações injustificáveis do patrimônio e das mudanças de rumo operacional, sem a Petrobrás como parceira, as empresas estrangeiras não se aventuram a receber área do pré-sal para explorar ou desenvolver a produção. Suas competências técnicas pararam no tempo.

O Conselho de Administração da Petrobrás, que sob o Plano Básico de Organização elaborado por Hélio Beltrão, era composto pelos Diretores e mais dois membros, representando o Governo Federal, hoje, na proposta enviada aos acionistas, em 20 de julho de 2021, têm-se: um Almirante e um General, ambos na Reserva e no mais alto posto da carreira, três profissionais de finanças e três da área de petróleo, sendo dois destes últimos ex-empregados da Petrobrás, com passagem recente por empresas privadas, que têm interesse na prestação de serviços para Petrobrás ou que estão competindo com ela em alguma área de negócio. Ou seja, há um possível conflito de interesses entre os negócios até então conduzidos por estes três, os únicos com saber técnico, e os da Petrobrás.

É um exemplo do falso moralismo a que nos referimos como típico do udenismo, que está representado hoje pelos neopentecostais e outros membros do Centrão: o que prevalecerá nas decisões do Conselho de Administração da Petrobrás?

No Simpósio da SBPC, anteriormente referido, também participou o cientista político e escritor Luiz Alberto Moniz Bandeira (1935-2017) de quem retiro a seguinte passagem da sua intervenção sobre “Desenvolvimento Econômico e Superestrutura Política”: “pode o governo brasileiro estar em contradição com o governo de Jimmy Carter, mas não estar com os banqueiros de Wall Street”.

O Mercado Comum Europeu, hoje transformado em União Europeia, foi expressiva arma antinacionalista, deixando entrever, ardilosamente, um bem maior, acima das rivalidades históricas, das exclusões, do surto de autonomismo, da independência econômica, cultural e política.

Tal como a Inglaterra, ao lançar seu projeto de domínio no mundo no século XIX, excluiu competição da Europa Continental, incentivando todas possíveis situações de atrito, pois, com os estados em conflito, ela estaria sem rival na conquista de países e regiões por todos demais continentes. A pérfida Albion sabia, pelas lutas nas ilhas britânicas, da importância do idioma, base de formação cultural, e a quantidade observada atualmente de países que têm o inglês como idioma oficial, mostra a profundidade da colonização inglesa.

A Europa está em crise. A Alemanha, mais rica e melhor estruturada após sua unificação, antes separada artificialmente pelas ideologias então conflitantes, rápida e consistentemente se transformou na própria Europa, credora de todos os demais, controladora de fato da moeda única, o euro, que destruiu as soberanias nacionais. Mas o colonialismo hoje tem características distintas da vista nos séculos anteriores.

O domínio das finanças prescinde da ocupação territorial, característica do colonialismo até a II Grande Guerra, e mesmo do domínio industrial e tecnológico, característica do colonialismo estadunidense. O que não dispensa o colonialismo, como nenhum poder jamais prescindiu, é o domínio das mentes, de atuar na capacidade de compreensão das pessoas, no que denominamos pedagogia colonial.

A pedagogia colonial não é necessariamente usada para dominação estrangeira, os governos agem em seus países para manter a mesma estrutura de poder que os sustentam.

A Igreja Católica usou amplamente esta pedagogia da existência e natureza de Deus, da questão da compatibilidade dos atributos divinos, dos problemas do mal, a onisciência divina, durante o período medieval para dominar a Europa e onde triunfassem seus catequizadores. Podemos incluir, na cultura brasileira, esta fé no ser superior, o teísmo, como consequência da colonização portuguesa, conduzida por jesuítas, diferentemente do que ocorre na cultura confuciana dos chineses, que acreditam no humano, na materialidade da existência.

Mas esta característica que une cristãos, espiritualistas de todas correntes, pode ser utilizada como base de uma dominação estrangeira, como ocorre com a Teologia da Prosperidade, comum entre os neopentecostais, por onde se infiltra a ideologia neoliberal, a amoralidade dos ganhos.

A solução nacionalista para a crítica das infiltrações ideológicas e para a consciência de si e do outro é a educação, o conhecimento; um saber calcado na realidade nacional, como ensinou o geógrafo e humanista Milton Santos (1926-2001), de forma poética e profunda, “o conhecimento do mundo vem do meu jardim”. Por isso, durante todo período de dominação estrangeira, inclusive o atual, a educação foi apenas um discurso demagógico, sem objetividade, mera erudição inócua, se tanto. É uma doutrinação, com importação de ideias e doutrinas estrangeiras, com o adestramento acrítico, sem consciência, sem interação com as necessidades do País e do seu povo.

Excetuam-se duas únicas iniciativas.

A de Getúlio Vargas (1882-1954), que empossado, em 3 de novembro de 1930, Presidente do Governo Provisório da Revolução, cria, onze dias depois, em 14 de novembro, o Ministério da Educação e Saúde Pública.

O Brasil jamais tivera, exceto pelo Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos, existente de 19 de abril de 1890 a 30 de outubro de 1891, para que o Marechal Deodoro da Fonseca atendesse ao General Benjamin Constant Botelho de Magalhães, um organismo, no primeiro nível da administração pública, para cuidar da educação.

A segunda, de Leonel Brizola (1922-2004) e seu programa de incentivo à educação, com o slogan "Nenhuma Criança Sem Escola no RS", quando Governador do Rio Grande do Sul, construindo as “brizoletas”, no total de 1.045 prédios escolares, com 3.360 salas de aula e capacidade para 235.200 alunos. Também deixando iniciados 113 prédios, com 483 salas e capacidade para 33.810 alunos. E, com Darcy Ribeiro, na edificação dos 507 Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), e na reciclagem e treinamento de 24 mil professores e auxiliares de ensino, admitidos por concurso público, quando Governador do Estado de Rio de Janeiro.

Em toda história do Brasil, a educação, descrita como “uma função essencialmente pública” no documento “A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e ao governo”, jamais teve, fora destes dois momentos, esta condução. Este documento, conhecido como Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, foi firmado, em 1932, por 26 educadores, entre eles figuras notáveis como: Afrânio Peixoto, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Roquette Pinto, Júlio de Mesquita Filho, Delgado de Carvalho, Hermes Lima, Attilio Vivacqua, Venâncio Filho, Cecília Meireles e Paschoal Lemme.

O projeto nacionalista é um projeto cultural, educacional, que capacite o brasileiro a ser um cidadão, e como tal participar ativamente da vida nacional. É este o que pode mudar efetivamente o Brasil.

Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

*Transcrito do Portal Pátria Latina

Em tempos de pandemia da Covid-19, uma "Receita para disseminar a peste"

 Receita para disseminar a peste


No Século XIV, os fanáticos guardiães da fé católica declararam guerra contra os gatos nas cidades europeias.
Os gatos, animais diabólicos, instrumentos de Satã, foram crucificados, empalados, desossados vivos ou jogados nas chamas.
Então os ratos, liberados de seus piores inimigos, se fizeram donos das cidades. E a peste negra, transmitida pelos ratos, matou trinta milhões de europeus.

Eduardo Galeano, no livro “Os filhos dos dias”. Editora L&PM, 2ª edição, página 237.

sábado, 24 de julho de 2021

Ritos do recesso : Dória e Aécio brigam feio, Eduardo Leite afaga a ACM Neto e ministro da Defesa manda recado ameaçador a Artur Lira

Sábado, 24 de julho de 2021
Braga Neto e Lira: ameaças às eleições sem voto impresso.

ARTIGO DA SEMANA

Dória e Aécio brigam, Leite afaga ACM Neto (Braga ameaça)

Do Blog Bahia em Pauta
Vitor Hugo Soares*

A política nacional segue seu curso em tempo sombrio de pandemia. Enquanto o ministro da Defesa, general Braga Neto, tenta solapar os alicerces democráticos, com ameaças levadas vias travessas ao presidente da Câmara, Artur Lira, de que “sem o voto impresso não haverá eleições em 2022 no Brasil”. O jornal Estado de S. Paulo cumpre o seu papel de informar a sociedade sobre a trama armada nos desvãos do Planalto, de fundar, em pleno século XXI, uma nova “República das Bananas” às margens do Lago Paranoá, quando mal começa o recesso no Legislativo e Judiciário. 

E segue o corso: entre tapas verbais do governador de São Paulo, João Dória e o deputado Aécio Neves, em contraste com afagos virtuais e presenciais do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), no primo partidário, ACM Neto, presidente nacional do DEM, ex-prefeito de Salvador e postulante já em campanha ao governo da Bahia. Assim os tucanos tentam abrir caminho para emplacar o nome de um candidato – na terceira via, entre Lula e Bolsonaro – ao comando da República nas eleições do ano que vem.

Leia a íntegra

*Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta.

Advogados Públicos Federais indicam nomes para o cargo de Advogado-Geral da União

Sábado, 24 de julho de 2021



A Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (ANAFE) encerrou na noite de ontem (22), a eleição para a seleção dos quatro nomes que serão indicados como sucessores de André Mendonça. Diferentemente de outras listas, a Anafe conta com uma indicação para cada carreira. São elas: o Advogado da União Ricardo Wey Rodrigues; o Procurador da Fazenda Nacional Aldemario Araujo Castro; o Procurador do Banco Central Lademir Gomes da Rocha; e o Procurador Federal Marcelo de Siqueira Freitas, que obtiveram mais votos nas respectivas carreiras.

"O reconhecimento pessoal realizado pelos advogados públicos federais deve ser entendido e tratado como meio de concretização de um modelo que envolva, pelo menos, as seguintes premissas:
a) implementação efetiva de uma gestão democrática e participativa, em especial nas principais definições de planejamento, direção e controle da atividade jurídica;
b) respeito, no plano prático, à independência técnica dos profissionais do Direito;
c) realização de uma Advocacia de Estado autônoma, construtiva e voltada para a efetividade das políticas públicas e
d) fortalecimento da Advocacia Pública Federal com a unificação de suas carreiras jurídicas, paridade de tratamento em relação às demais Funções Essenciais à Justiça e organização de uma carreira de apoio administrativo especializada" (Aldemario Araujo Castro).

Cresce movimento evangélico contra Bolsonaro: "Permitiu a morte de mais de 500 mil irmãos"

Sábado, 24 de julho de 2021

Manifesto diz que Bolsonaro cria "uma ignorância negacionista, tanto da ciência como dos ensinamentos libertadores e verdadeiros de Jesus Cristo” - Créditos da foto: Reprodução

Manifesto da Coalizão Evangélica contra Bolsonaro afirma que o “bolsonarismo cria uma religiosidade mentirosa"

Do Brasil de Fato com informações de Eduardo Maretti da Rede Brasil Atual

Evangélicos de todo o Brasil lançaram nesta quinta feira (22) um manifesto contra a “política de morte” do presidente Jair Bolsonaro. O documento é assinado por 37 entidades religiosas.

Compõem o movimento, grupos que resistem ao retrocesso que o país atravessa desde o processo de impeachment de Dilma Rousseff, em 2016 – como a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito – e outros, que vêm aderindo à Coalizão Evangélica contra Bolsonaro, na medida em que evolui a crise, sanitária, social, política e econômica do país.

“Bolsonaro não tem ideia do que seu negacionismo causou na base da fé cristã, dos protestantes, o que deve ter acontecido com católicos e espíritas”, diz o pastor Ariovaldo Ramos, coordenador da Frente.

Malditos sejam os pecadores

Malditos sejam os pecadores


No idioma aramaico, que Jesus e seus apóstolos falavam, uma mesma palavra significa dívida e pecado.

Dois milênios depois, os pobres do mundo sabem que a dívida é um pecado que não tem expiação. Quanto mais você paga, mais você deve; e no Inferno está a sua espera o castigo dos credores.

Eduardo Galeano, no livro “Os filhos dos   dias”. L&PM Editores, 2ª edição, pág. 236

sexta-feira, 23 de julho de 2021

MPF repudia declarações de coordenador da Funai sobre indígenas isolados do Vale do Javari

Sexta, 23 de julho de 2021

Nota publica foi divulgada nesta sexta pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF

Arte: Secom/MPF

Do MPF

Na nota pública, a 6CCR lembra que a Terra Indígena Vale do Javari abriga o maior número de indígenas em situação de isolamento voluntário em todo o mundo: há, ao menos, 16 registros de povos isolados. É também território de outros povos indígenas como os Kanamari, Korubo, Kulina Pano, Marubo, Matis, Matsés e Tsohom-dyapa, alguns dos quais de recente contato. “A grande importância étnica e cultural da região exige uma atuação da Funai diligente e de acordo com a sua finalidade de ‘proteger e promover os direitos dos povos indígenas em nome da União’ (art. 2º do Decreto 9.010/2017)”, afirma o MPF.A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (MPF) divulgou nesta sexta-feira (23) nota pública em que repudia, de forma veemente, a violenta ameaça aos povos indígenas em situação de isolamento que vivem na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. Segundo documentos enviados à Câmara e notícias veiculadas pela imprensa, o coordenador Regional da Funai no Vale do Javari, Henry Charlles Lima da Silva, sugeriu e encorajou ações violentas contra esses povos, afirmando que iria “meter tiro nos [indígenas] isolados”.

DF: Liminar suspende lei de prevenção a doenças associadas à exposição solar no trabalho

Sexta, 23 de julho de 2021

Do TJDF

O Conselho Especial do TJDFT suspendeu, por meio de liminar (decisão provisória), a eficácia da Lei 4.182/2008 [lei de iniciativa de Paulo Roriz, ex-distrital]até o julgamento final da ação direta de inconstitucionalidade movida pelo governador do DF. A norma institui a política de prevenção e combate às doenças associadas à exposição solar no trabalho e encontra-se em vigor há mais de 12 anos.

O golpe nosso de cada eleição.

Sexta, 23 de julho de 2021







O golpe nosso de cada eleição.

A ciência política clássica atribui aos golpes de Estado três características definidoras: (i) intervenção militar, (ii) ação rápida e (iii) certa margem de surpresa (Bobbio et alli. Dicionário de política). Nesse sentido também tratadistas brasileiros como Paulo Bonavides (Ciência política, 1972). Desses elementos, porém, os golpes se desvencilham na contemporaneidade, e o Brasil, nesse sentido, fornece farta matéria prima para análise. Os golpes, por exemplo, não observam mais o caráter surpresa– são, até, longamente preparados mediante campanhas políticas e ideológicas de massa, protagonizadas pelos meios de comunicação em suas variadas modalidades; nem muito menos se cingem, do ponto de vista operativo, ao assalto ao poder (na forma de putsch), ou à ação repentina. Veremos que podem instalar-se ao cabo de longo processo, e desenvolver-se mesmo de forma “sistemática e suave”, como observa Noam Chomsky (https://truthout.org/articles/chomsky-bolsonaro-is-spreading-trump-like-fear-of-election-fraud-in-brazil/) refletindo sobre nosso último golpe, que, operado em 2016, chega aos dias de hoje sem dar sinais de haver completado sua obra perversa. Daí ser denominado por alguns constitucionalistas como “regime de exceção permanente”. A classificação do filósofo americano deve ser considerada como uma subespécie dos golpes ordinários e institucionais, operados pela burocracia estatal.

O golpe de Estado, na atualidade, muito raramente é uma execução exclusiva da caserna, como foi, entre nós, a implantação do Estado Novo, quando a ditadura simplesmente se desfez da Constituição, do Congresso e dos governadores estaduais. Seu modelo é o golpe de Luís Bonaparte, presidente que destruiu a Assembleia Nacional francesa, em 1851, para fazer-se imperador. No Brasil, em 1937, os generais Góes Monteiro e Eurico Dutra derrogaram a república democrática de 1934 para transformar o presidente Getúlio Vargas em ditador.

Em regra — o golpe procura legitimar-se (ou fazer-se mais facilmente aceito) mediante o concurso homologatório do legislativo e do judiciário. Assim no Brasil, em 1955, em 1961 e em 1964. Quando do 11 de novembro de 55, a deposição de Carlos Luz e o impedimento de Café Filho —levados a cabo pelos tanques da Vila Militar comandados pelos generais Teixeira Lott e Odílio Denys—, foram constitucionalizados por resoluções da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e, mais tarde, sancionados pelo STF, no famoso julgamento de habeas corpus impetrado pelo presidente Café Filho, que pretendia retomar suas funções após alegado tratamento de saúde. A colaboração congressual prossegue. Em 1961, diante da intentona dos ministros militares, coube ao Congresso a aprovação de emenda parlamentarista mediante a qual se consolidava o golpe contra os poderes presidencialistas e constitucionais de João Goulart. Em 1964, a participação do Congresso foi ainda maior, pois a consumação do golpe teve início com a declaração da vacância da presidência da república (quando, consabidamente, Jango se encontrava em Porto Alegre) pelo senador Auro de Moura Andrade (presidente do Congresso Nacional), para, na sequência, mutilado com dezenas de cassações de mandatos, eleger presidente o ditador que os generais golpistas haviam escolhido.

O “caso” brasileiro é exemplar porque reúne a participação de todos os poderes que operam na república, a saber, o executivo, o judiciário e o legislativo, e mais aqueles poderes que não são referidos no Art. 2º da Constituição vigente: o poder econômico nacional e multinacional, e seus aparelhos, além da caserna. E ainda o poder do império hegemônico, que, aliás, dá início ao trabalho de desestabilização do governo de centro-esquerda, no mandato do presidente Lula, e sob a regência do democrata Barack Obama. Repetindo, aliás, seu papel na preparação dos golpes de 1954 e 1964.

Na sequência da preparação da opinião pública pelos meios de comunicação de massa, o primeiro poder a operar o golpe foi o judiciário mediante a chamada operação Lava Jato, cujas relações promíscuas com o Departamento de Justiça dos EUA, via procuradores e via juiz de piso, foram devassadas e são hoje de conhecimento público. A propósito, é bom ter presente que a “república de Curitiba”, com suas ilegalidades e irregularidades, destruiu grandes grupos brasileiros de engenharia que concorriam com corporações dos EUA. Não pode ser mera coincidência que o ex-juiz e ex-ministro hoje trabalhe na empresa de consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, escritório que atua como administradora judicial da Odebrecht, empreiteira investigada (e arruinada) pela Lava Jato.

Coube ao judiciário impedir a posse de Lula na chefia da Casa Civil da presidência da República, cassar sua candidatura à presidência da república (deixando-se acuar por mensagem do general ministro da defesa), e afinal condená-lo e encarcerá-lo por 580 dias, para, com o golpe consumado e o governo do capitão consolidado, reconhecer que a 14ª vara federal de Curitiba não tinha competência para julgar o ex-presidente, e que o juiz sentenciador padecia de exuberante suspeição.

Decisiva, em 2016, foi a aliança da dissidência do executivo —operando dentro dele por intermédio do vice-presidente da República—, com o Congresso, de que resultou o farsesco impeachment, ponto de partida para o governo de direita, que abriu caminho para a primeira experiência brasileira de governo de extrema-direita oriundo do pronunciamento eleitoral. Assinale-se que desde a interinidade de Michel Temer até aqui, o Congresso brasileiro caminhou para além daquele papel de coadjuvante do governo dos militares (o anterior, imposto ao país em 1º de abril de 1964), para tornar-se agente importantíssimo, emprestando ao golpe o caráter de legalidade. Isso porque as “reformas” que corroem a Carta Cidadã de 88, descaracterizando-a e aos poucos inviabilizando-a, se fazem pelo poder legislativo, portanto sob o manto legitimador da soberania popular e da legalidade. É a característica do golpe institucional continuado, ou sistemático, servido em doses homeopáticas, mas continuamente.

Depois das contrarreformas do período Temer, como a criminosa Emenda Constitucional nº 95, que virtualmente colapsa o investimento do Estado no desenvolvimento (mas não o impede de gastar quase R$ 6 bilhões no financiamento da propaganda política nas eleições de 2022) e as “reformas” trabalhista e previdenciária, todas tendentes a condenar às calendas gregas as esperanças de um estado social, o Congresso se esmera no preparo de privatizações que atentam contra o patrimônio nacional, reduz os recursos para a educação, ciência e a tecnologia, e ameaça a democracia com a promessa de uma reforma política cujos termos são sonegados à opinião pública.

Sabe-se que o legislativo prevê o “distritão”, ideia de jerico que nasceu da cabeça de Michel Temer (o perjuro), mediante a qual se acaba com o voto de legenda, isto é, com a justificativa para a existência de partidos, sem os quais não se conhece uma só experiência de democracia representativa.

Associado ao capitão Bolsonaro em tudo o que é ruim, o Congresso tenta a implantação do voto impresso, anacronismo que vem do império das atas falsas e da democracia das eleições fraudadas, que conheceram seu termo com a urna eletrônica, até aqui aprovada por dezenas de testes a que se tem submetido desde as eleições de 1996, sem sofrer questionamentos sérios. Mas o ainda presidente ameaça bagunçar o coreto se o Congresso não aprovar o voto impresso e ele não for reeleito, porque, segundo o pulha, sua derrota será a prova da fraude que diz já haver campeado nas eleições que, para nossa tragédia, venceu em 2018.

Como anunciado pelo lamentável, mas politicamente poderoso, presidente da Câmara, a direita, ameaçada de ver seus sonhos de permanência pacífica no poder ruírem por terra em 2022, já acena com novo golpe parlamentarista, agora denominado ora de “presidencialismo mitigado”, ora de “semipresidencialismo”. Temerosa quanto à possível eleição de Lula, a direita se adestra desde já para impedi-lo de governar. É uma das muitas hipóteses de golpe que circulam entre a Faria Lima e os gabinetes de Brasília.

As provocações do capitão, suas irresponsáveis alegações de fraude em eleições passadas e o criminoso anúncio de que haverá fraudes no próximo pleito; o controle do congresso por uma maioria reacionária; as tergiversações do presidente do STF; a vergonhosa omissão da procuradoria da república em face dos reiterados crimes políticos, e de prevaricação, cometidos pelo ainda presidente, e as intoleráveis mensagens, notas e manifestações de militares em comando... tudo isso são ingredientes de uma crise em marcha. É a marcha da insensatez com que conta o inexcedível capitão.

Não são poucas as forças, ou coalizões de interesse que se incomodam com a expectativa da ascensão de um governo de centro-esquerda no Brasil. Não interessa aos EUA de Obama ou Trump ou Biden um governo brasileiro que volte a professar uma política externa “ativa e altiva”; os fardados, uns por ignorância incurável, outros por indústria, quase todos por autismo político, confundem com “comunismo” qualquer expectativa de melhoria das condições de vida de nossa população miserável. A burguesia aqui instalada de há muito renunciou ao pleito de um projeto nacional. A direita jamais aceitou o jogo democrático, e sempre foi avessa à rotatividade de poder. E ainda há muita carne no osso que eles roem.
Roberto Amaral
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Roberto Amaral é escritor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia