Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Advogado de iraniana condenada à morte por apedrejamento pede asilo político na Noruega

Segunda, 9 de agosto de 2010
Da Agência Brasil

O advogado iraniano Mohammad Mostafaei, que defende a mulher condenada à morte sob acusação de ter cometido adultério, pediu asilo político ontem (8) ao governo da Noruega. A mulher e o irmão dela foram presos no Irã, mas já estão em liberdade. Mostafaei disse que deixou Teerã na semana passada temendo também ser preso. Ele contou ter fugido para a Turquia usando carro, cavalo e depois a pé.

As informações são da agência BBC Brasil. Mostafei chegou a Oslo, na Noruega, ontem. Ele é o advogado da iraniana Sakineh Moahammadi Ashtiani, de 43 anos, viúva, condenada no Irã por adultério. A pena aplicada foi a morte por apedrejamento.

O caso provocou revolta internacional, e a sentença foi suspensa e passará por revisão. Na semana passada, o Brasil ofereceu asilo político à Sakineh, mas teve sua oferta rejeitada pelo governo iraniano.

No fim de semana, durante viagem a Bogotá, na Colômbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a defender Ashtiani. O presidente reiterou a oferta de asilo político à mulher, mas evitou criticar o regime do Irã. "Essas coisas são muito delicadas porque você tem sempre que levar em conta a legislação de cada país, a soberania de cada país", disse Lula.

Em seguida, o presidente ressaltou que como cristão não poderia imaginar alguém ser morto apedrejado por traição. “Eu não consigo imaginar, por isso que eu fiz o pedido. Se tivesse condições de mandá-la para o Brasil, nós receberíamos de braços abertos."

O ministro das Relações Exteriores da Noruega, Jonas Gahr Stoere, divulgou um comunicado ontem em que afirmava "estar muito feliz que o advogado de direitos humanos Mohammad Mostafaie esteja seguro na Noruega". Na nota, o ministro lamenta que "a pressão sobre advogados de defesa corajosos como Mostafaei seja tão grande, obrigando-o a fugir" e pede que o Irã respeite os direitos humanos.