Domingo, 29 de agosto de 2010
Morre hoje (29/8) de morte matada o estádio da Fonte Nova em Salvador. Será implodido às 10 horas desta manhã. Dará lugar a uma arena (cruz credo! Que nome horrível para um estádio de futebol) para a Copa de 2014.
Velho, agradável e arejado campo da Fonte Nova. De tão belos duelos BaVi (Bahia e Vitória). Cancha na qual vi brilhar os excelentes times do Bahia. Saudades do meu velho e bom Bahia, heptacampeão baiano, hoje disputando uma segunda divisão do futebol brasileiro. Como faz mal a cartolagem do meu time.
Domingo de jogo eu pegava o ônibus no Bonfim, subia o Elevador Lacerda, descia a Ladeira da Praça, atingia o Campo da Pólvora e lá estava na ladeira da Fonte Nova, brigando pela compra de um ingresso. No miolinho da torcida do Bahia. E geralmente dava Baêêêêêa! Nas finais de campeonato...trio-elétrico. Era a comemoração de mais um título.
Ao ir morar em Amaralina, pegava o ônibus que, claro, tinha mais torcedor do Bahia do que de times adversários. Passava pelo Rio Vermelho, pegava a Avenida Vasco da Gama, margeava o Dique do Tororó. E lá estava a Fonte Nova. Cheia, azul, vermelha e branca. Só dava Bahia.
Nas noites de jogos, fosse com um time grande, ou apenas com um São Cristovão, Guarani ou o simpático Leônico, fugia das aulas da Universidade Federal da Bahia e me mandava para a Fonte Nova. Aulas naquelas noites só as do armador Mário, de Sanfellipo, de Roberto, o zagueiro. A elegância do atacante Douglas, o jogo alegre e as malandragens do ponta direita Biriba, os gols do cabeça-de-área Alencar, ou mais recentemente a elegância de Baicu ou a valentia de Zé Eduardo. Não dá para esquecer o xerife Henricão, nem tão craque, mas tão bom como beque-central do time.
Uma explosão! Poeira! Depois...o silêncio. Dez a 17 minutos e estará acabada a minha Fonte Nova. Acabada a Fonte Nova da Bahia. Acabada a Fonte nova do meu Bahia.