Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Juiz mandou prender ativistas por realizarem uma festa com crianças e professores

Sexta, 5 de dezembro de 2014




Ontem ativistas saíram do Fórum do Rio de Janeiro em passeata pela Avenida Presidente Antonio Carlos em direção à Cinelândia. O ato aconteceu em virtude da prisão do ativista Igor Mendes (colaborador fixo do nosso blog).

Ato em repúdio à prisão de Igor Mendes chegou à Cinelândia por volta das 20h, centenas de pessoas aderiram e participaram. A prisão de qualquer ativista envolvido no processo farsante da Copa abre precedente para criminalização de qualquer tipo de manifestação, inclusive atos culturais!

O motivo pelo qual o juiz Itabaiana mandou prender novamente ativistas políticos foi por participarem de atividade cultural no dia 15 de outubro de 2014 (veja as fotos abaixo), o que, segundo ele seria um descumprimento das restrições impostas no parecer que concedeu Habeas Corpus que proibia a participação dos mesmo em protestos. Protesto?

Tem alguma coisa muito errada com as percepções destes policiais e juízes do Rio de Janeiro.


Eduardo Viveiros de Castro (Antropólogo) 

"A Globo, através do G1, "informa" que três pessoas estão sendo acusadas de descumprir medida cautelar que as proibiam de participar de atos políticos de protesto. Isto porque estiveram presentes ao evento cultural realizado na Cinelândia no dia 15 de outubro passado. Estive lá, entre outros convidados, como palestrante, para dar uma aula pública sobre direitos dos índios na CF. Não foi um ato de protesto - não houve violência, nem bloqueio de ruas, nem "perturbação da ordem pública". O evento foi plenamente anunciado pelas redes sociais, e não foi objeto de qualquer proibição por parte das autoridades constituídas. Se foi um ato político ele o foi como todo ato humano. Essas ordens de prisão contra os três ativistas estão baseadas em uma interpretação maliciosa da natureza do evento. Protesto veementemente aqui contra essa evidência - mais uma - de que voltamos a viver num regime autoritário".


Palavras do advogado Marino D'Icarahy 

Ufa! Terminamos a peça com o pedido de habeas corpus na noite de ontem, feito em conjunto por nosso escritório e pelo DDH, em favor de IGOR MENDES, Elisa e Karlayne. Estamos confiantes de que a justiça triunfará mais uma vez, pela força dessa unidade e pela confiança na prevalência do Direito sobre mais essa perseguição política sofrida por esses ativistas. Vamos partir agora para a distribuição eletrônica.

Mais tarde, concluiremos as demais medidas programadas em prol dos nossos assistidos, contra as barbaridades desse processo bizarro e kafkiano, as quais esperamos conseguir distribuir ainda hoje. 

A luta continua! A vitória é a nossa meta!