Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

PT: Com Rodrigo Maia e Eunício Oliveira não dá! O uso do cachimbo deixou a boca torta?

Terça, 17 de janeiro de 2017
Da página Militantes pela Reconstrução do PT

O uso do cachimbo deixou a boca torta?

Artigo de Markus Sokol publicado no jornal O Trabalho nº 800 de 12 de janeiro de 2017


A renovação Mesas da Câmara e do Senado será no começo de fevereiro. A decisão das bancadas do PT será em 16 de janeiro, mas a imprensa especula sobre o apoio do PT aos candidatos a presidente preferenciais de Temer, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O regimento prevê proporcionalidade na composição das mesas do Congresso Nacional, onde o PT tem a segunda bancada da Câmara e a terceira do Senado (poderia pleitear vice-presidencia, secretaria etc.).
Mas como a regra prevê “blocos partidários” e Maia ameaça formar um “blocão” para derrotar os concorrentes (Jovair-PTB e Rosso-PSD) e esmagar o PT, já há petistas justificando votar em Maia no primeiro turno. O objetivo é não ficar de fora da Mesa Diretora da Câmara “mais um biênio”, depois da derrota para Cunha – no Senado, à época, Jorge Viana do PT entrou de vice-presidente, que não serviu para muita coisa no golpe.
Então, se a composição das Mesas não é exatamente como a aliança para governar, o resultado pode ser ainda mais vergonhoso: compor com os líderes do golpe e desmoralizar a luta contra o golpismo e o Fora Temer. A explicação, o “programa” do acordo de chapa, são os cargos que, segundo a imprensa, poderiam chegar a 80 nomeações. Recorde de cretinismo parlamentar!
O novo líder do PT na Câmara, Zaratini, diz que “a discussão de apoiar golpista ou não é secundária” (jornal O Estado de São Paulo de 11/01).
O dirigente e deputado do PCdoB, Orlando Silva, está em campanha para eleger Maia presidente da Câmara.
O PT deve sair o quanto antes desse pântano, a direção deve puxar a bancada noutra direção. Há várias alternativas nas duas casas – lançar candidato próprio, apoiar um nome anti-golpista ou se abster.
É o mínimo que se espera de um partido de oposição, ainda mais face a um governo golpista!
Markus Sokol  é dirigente Nacional do PT e do Comitê Nacional do Diálogo e Ação Petista