Quinta, 26 de janeiro de 2017
Pelo menos até meados de fevereiro
A vida das mulheres brasilienses, e
dentre elas as que moram na Santa Maria, está cada vez mais difícil. É o
transporte urbano que não passa, mas a passagem aumenta em 25 por cento. É a
queda nos buracos das vias públicas. É a escola que está caindo aos
pedaços. É o lixo que deixou de ter
coleta seletiva em algumas regiões administrativa. Só vemos os cacos de um governo aos pedaços.
Mas agora a barra pesou demais.
Parir? Esqueça, se quiser ter seu bebê no HRSM, Hospital Regional de Santa
Maria. Você, guerreira de Santa Maria,
terá um acompanhamento durante a gestação, mas na hora de parir...se vire. Vá
parir em outro lugar. Se der sorte, você que mora em Santa Maria, pode tentar
na unidade de obstetrícia do Hospital Regional do Gama. Com alguma sorte,
conseguirá ‘descansar’ no HRG.
Certamente a obstetrícia do HRG
ficará ainda mais sobrecarregada e você que vá parir em outra freguesia. Se
morar em Santa Maria e conseguir alguma carona com parente ou amigo, e se seu
parto for de baixo risco (e todo parto tem um risco), terá seu filho no Gama.
Se sua gestação for de alto risco
você terá que parir no Hospital Universitário de Brasília, que fica a
cerca de 39 quilômetros do
Hospital de Santa Maria. Imaginou você indo de ônibus? Corre o risco de quando
chegar ao HUB o neném já estar sorrindo e conversando na linda linguagem de
todos os bebês.
Se o seu parto for de baixo risco,
minha querida guerreira, e você não conseguir o atendimento no HRG, vai ter que
se despencar para o Plano Piloto, pois seu parto terá que ser feito no HRAN,
que fica a cerca de 36 quilômetro do Hospital Regional de Santa Maria, que é o local
que você deveria ter o seu filho, se mora na Santa Maria, DVO e adjacências.
Como muitas da gestantes de Santa
Maria são pessoas pobres, várias delas vão sofrer no péssimo serviço de
transporte público. Esperar o Samu? Complicado, pois num dia falta combustível,
no seguinte falta pneus. Imagino aqui as possível manchetes da mídia: “PM herói
‘apara’ bebê enquanto levava grávida para o hospital”.
Mas neste rápido texto sobre o
parir na Santa Maria, melhor, sobre o não parir, fica o desconsolo da sociedade
de Brasília, que pariu um governo que prometeu a eficácia gerencial, inclusive
na saúde. Mas tem que chegar a conclusão de que vai ter de suportar o caos por
mais tempo, pois sabemos que:
“Quem pariu Mateus que balance.”
Brasília pariu em outubro de 2014 um governo ruim. Vamos ter que aguentá-lo.
Verdade que tem muita gente querendo balançá-lo até ver o que acontece.