Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

De berçário e unha encravada

Quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Há algum tempo o presidente Lula declarou que estávamos chegando quase que na fase da perfeição em termos de saúde pública no Brasil. Hoje o Correio Braziliense traz reportagem de página inteira sobre a “perfeição” de um hospital no DF, mas que pertence ao governo federal.
Expõe a situação caótica em que se encontra o Hospital Universitário de Brasília - HUB, hospital-escola da Universidade de Brasília e que depende para funcionar da boa vontade (ou seria má vontade?) de outros órgãos do governo federal. O berçário do hospital, ao contrário da “perfeição” propagandeada por Lula, encontra-se, segundo a reportagem do Correio, “em estado crítico”.
Ao invés de resolver o problema do berçário do hospital, o que fez o governo federal? Exonerou do cargo de chefe do Centro de Clínicas Pediátricas do HUB o médico Dioclécio Campos Júnior. A exoneração aconteceu apenas poucas horas após ele ter encaminhado à chefia do Hospital Universitário correspondência relatando o sucateamento da estrutura física, material e de equipamentos do berçário. Dioclécio, segundo a reportagem, acusa a direção do HUB de estar maquiando as coisas por lá “para ocultar o que de fato está acontecendo”.
Isso acontece no âmbito do governo federal. Não queiramos nem comentar aqui a situação do sistema de saúde pública do governo local. Só para dar um exemplo do descaso com a saúde em Brasília, o Hospital Regional de Santa Maria, com várias solenidades de inauguração, até hoje não passa de um ambulatório e um local de pequenas (e bote pequenas nisso) cirurgias. O pessoal de Santa Maria já está levando a coisa na gozação, dizendo que cirurgia por lá só se for de panarício. É, aquilo lá está como se fosse unha encravada. Pena que a dor não seja nos governantes.