Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Homenagem a assassinado pela ditadura

Da Agência Brasil
28 de Setembro de 2009 - 21h21
Ato homenageia operário morto pela ditadura militar
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Morto pela ditadura militar, Virgílio Gomes da Silva foi homenageado hoje (29), aniversário de sua morte, no Sindicato dos Químicos de São Paulo e Região. Conhecido pelo codinome Jonas, o operário comandou o sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. A liberdade do embaixador foi trocada pela deportação de um grupo de presos políticos.

Participaram da homenagem, além da mulher e filhos de Virgílio, vários ativistas dos direitos humanos, dirigentes sindicais e o ministro da Secretária Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.

A mulher e os filhos de Gomes devem entrar amanhã com uma ação na Justiça para que o Estado revele o local onde estão os restos mortais do ex-ativista. Para a viúva de Virgílio Ilda Martins da Silva, sepultar os despojos do marido será uma forma de poder lembrá-lo. “Hoje não tem onde por uma flor para ele, onde queimar uma vela”, lamentou.

Além de recuperar a memória do pai, o filho Virgílio Gomes da Silva Filho cobra a punição para os assassinos de seu pai.“Se isso fica impune, corre o risco de que volte a acontecer amanhã”, afirmou.

Segundo o ministro Paulo Vannuchi, as ações judiciais são importantes para mostrar a dimensão do problema dos desaparecidos durante o período ditatorial. “É preciso fazer com que as ações não sejam duas, três, sejam centenas, equivalentes aos casos que aconteceram”, disse.

De acordo com Vannuchi, acionar a Justiça é o primeiro passo para quebrar o “ciclo de impunidade” em relação aos torturadores da ditadura.