Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Careca

Quinta, 6 de maio de 2010
Não é ranzinzice, mas o que posso fazer? Depois da postagem de ontem sob o título “Normalidade no Distrito Federal” em que comentei o caos do governo do Distrito Federal nas áreas de saúde, segurança, transporte, o Correio Braziliense trouxe hoje uma reportagem desancando a situação degradante que se instalou no Hospital de Base do DF. É a constatação da veracidade do que falei no dia anterior.
Agora há pouco vejo reportagem em programa da Rede Record mostrando as imagens do caos na segurança pública, o que confirma o que escrevi ontem aqui no Gama Livre. Dezenas e dezenas de motos da PM se encontram encostadas em um batalhão na Asa Sul do Plano Piloto, por estarem com pneus carecas. Mais carecas estamos nós, os contribuintes, pela falta de competência dos governantes e pelo estágio de insegurança a que eles nos levaram.
Se por um lado as motos não policiam o Plano Piloto de Brasília, por outro, a Região Administrativa de Santa Maria também sofre com o sucateamento e falta de manutenção dos veículos da polícia. Lá, em Santa Maria, vários carros estão parados. Rodando por lá só a incompetência das autoridades.
O que disse o governo ao jornalista da Record sobre a “carequice” dos pneus das motos? A mesma desculpa de sempre, que estavam apurando hoje (sim, hoje, data da denúncia) o que houve no processo licitatório.
Possivelmente vão jogar sobre a Lei 8666/1993, que disciplina a licitação no Brasil, a responsabilidade pelo problema que se arrasta e prejudica a população há mais de seis meses. Como se não fosse uma situação previsível, absolutamente previsível, o desgaste dos pneus das motos. E ainda dizem que o governo vive um momento de normalidade apesar da turbulência da Operação Caixa de Pandora.
Ora, se apenas hoje está se apurando o que houve, não se precisa puxar muito pela inteligência para entender que o real problema está do descaso do governo com áreas da importância da segurança pública. Que não se diga que o responsável é um burocrata qualquer da área de compras e licitação da PM.