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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Especuladores internacionais nadam de braçada na dívida interna brasileira

Segunda, 5 de julho de 2010
do site Auditoria Cidadã da Dívida
O Jornal Valor Econômico traz a opinião de representante do setor financeiro sobre a dívida interna brasileira: "Não existe um país no mundo com políticas econômicas tão boas pagando rendimentos tão altos quanto o Brasil".

A notícia mostra que a política de juros altos tem atraído os investidores estrangeiros para o país, conforme diz outro representante dos rentistas: "O Banco Central está tomando medidas para ancorar a inflação e as expectativas inflacionárias". Devido aos recentes aumentos nas taxas de juros, os títulos da dívida interna brasileira tiveram um ganho acima da média de outros “mercados emergentes” neste ano.

Outra notícia do Valor mostra um fator que contribui para que a dívida interna seja bastante procurada pelos investidores estrangeiros: o fato de o Real estar se valorizando frente a outras moedas estrangeiras. Desta forma, os estrangeiros podem vir para o país e comprar títulos da dívida interna, ganhando as maiores taxas de juros do mundo, sabendo que ao final do processo poderão trocar seus títulos da dívida interna por uma quantidade maior da moeda estrangeira que trouxeram inicialmente.

A notícia também mostra como o Banco Central, ao comprar dólares no chamado “mercado futuro”, estimula que os especuladores façam manobras para abaixar a cotação do dólar, e assim ganhem rios de dinheiro às custas do povo.

Outra atuação do Banco Central que provoca danos ao patrimônio público é a divulgação do novo “Relatório de Inflação”, que aponta um aumento na demanda interna, levando os rentistas a aumentarem os chamados “juros futuros”, ou seja, os juros exigidos para emprestarem ao governo. Conforme mostra a notícia do Estado de São Paulo, o “mercado” aumenta mais ainda tais taxas nos dias em que há vendas de títulos pelo Tesouro Nacional.

Analisando-se a tabela do Tesouro Nacional, verificamos que ontem foram emitidos quase R$ 5 bilhões em títulos, que pagarão juros de 12,2% ao ano em média, ou seja, bem mais que a já absurda taxa Selic.
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