Terça, 21 de dezembro de 2010
por Yanis Varoufakis
Não é a primeira vez que milhares de documentos classificados foram "libertados", revelando a um público espantado como o seu governo travou uma guerra deliberada de desinformação contra si a fim de dobrar a sua vontade quanto a uma guerra inútil: uma guerra em cujo altar o público enganado é solicitado ritualmente a sacrificar os seus filhos, maridos, esposas, amigos. Esta não é a primeira vez que o establishment uniu-se na sua condenação do corajoso "denunciante" por "colocar as vidas de soldados e mulheres em risco". Não é sequer a primeira vez em que o portador de verdades odiosas foi denegrido, perseguido, aprisionado.
Nesse sentido, nada mudou. Excepto, naturalmente, que, na era da Internet, o WikiLeaks pode inundar o mundo, por meio de uns poucos toques de teclas, com os documentos classificados sacados dos seus cofres bem guardados num minúsculo dispositivo USB. Velocidade e volume contam. No entanto, esta geração de buscadores da verdade, corajosamente a combater pelo direito a saber, ainda deve aos seus antecessores um preito de gratidão por lhes abrir o caminho numa época em que dar fuga à informação significava árduo trabalho físico (noites infindáveis em fotocopiadoras) o que os expunha a riscos muito maiores.
O mais celebrado antecessor do WikiLeaks é, naturalmente, nada menos do que um economista educado em Harvard, Daniel Ellsberg. A sua história é de uma coragem, honestidade intelectual e brilho científico incomuns, pela qual, talvez sem ele próprio saber, deparou-se com um resultado analítico e empírico que deveria ter posto um travão aos trabalhos da teoria económica neoliberal.
Nesse sentido, nada mudou. Excepto, naturalmente, que, na era da Internet, o WikiLeaks pode inundar o mundo, por meio de uns poucos toques de teclas, com os documentos classificados sacados dos seus cofres bem guardados num minúsculo dispositivo USB. Velocidade e volume contam. No entanto, esta geração de buscadores da verdade, corajosamente a combater pelo direito a saber, ainda deve aos seus antecessores um preito de gratidão por lhes abrir o caminho numa época em que dar fuga à informação significava árduo trabalho físico (noites infindáveis em fotocopiadoras) o que os expunha a riscos muito maiores.
O mais celebrado antecessor do WikiLeaks é, naturalmente, nada menos do que um economista educado em Harvard, Daniel Ellsberg. A sua história é de uma coragem, honestidade intelectual e brilho científico incomuns, pela qual, talvez sem ele próprio saber, deparou-se com um resultado analítico e empírico que deveria ter posto um travão aos trabalhos da teoria económica neoliberal.
Leia a íntegra do artigo em:
http://resistir.info/eua/ellsberg_dez10.html
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