Sábado, 19 de março de 2011
Por Ivan de Carvalho

Há que destacar que a Bahia é um dos estados em que o novo partido deve começar de forma mais promissora, sob a liderança do ex-governador e atual vice-governador e secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, que no momento está filiado ao PP e do qual só pode sair sem riscos legais se for para fundar outra legenda.
Há expectativa, na verdade, segurança, de que deputados federais e estaduais, bem como prefeitos, vereadores e lideranças políticas atualmente sem mandato devem mover-se para a seção baiana da nova legenda.
O que resta ver é a intensidade desse movimento quanto a políticos com mandato, pois a mudança para um novo partido, embora seja forma de deixar uma legenda sem perda do mandato, ainda é objeto de polêmica jurídica ou, pelo menos, de polêmica política com invocação de supostas razões jurídicas.
Otto Alencar estará bem à vontade nesse novo partido. Ele é amigo pessoal de Afif desde 1989, quando ocorreram as primeiras eleições diretas para presidente da República desde a eleição de Jânio Quadros, em 1960.
A amizade começou por uma ligação política. Afif foi candidato à Presidência da República em 1989 pelo Partido Liberal, o PL, e Otto Alencar, que era então deputado estadual e filiado ao PL, assumiu a chefia de sua campanha eleitoral na Bahia, embora na época estivesse vinculado ao grupo carlista liderado pelo PFL (hoje, DEM), que no mesmo pleito apoiou a candidatura de Fernando Collor, embora o candidato oficial da legenda fosse um ex-vice-presidente da República, Aureliano Chaves, que foi abandonado por seu partido em todo o país.
Aliás, vale ressaltar que Gilberto Kassab, principal motivador para a criação da nova legenda, foi introduzido na política justamente em 1989 e por Afif Domingos. Essa ligação política nunca foi desfeita.
O objetivo principal de Kassab é abrir espaço político para uma provável candidatura a governador em 2014, criando uma alternativa para a polarização PSDB-PT e a idéia é a de fazer isso em coligação ou mediante fusão do novo partido com o PSB, mas esta aliança com o PSB, um partido que cresceu muito nas últimas eleições, ainda é um ponto incerto. Na Bahia, por exemplo, a senadora Lídice da Mata é receptiva, mas o secretário de Turismo e ex-deputado Domingos Leonelli não simpatiza com a hipótese. Os dois são as principais lideranças baianas do PSB.
O objetivo principal de Kassab é abrir espaço político para uma provável candidatura a governador em 2014, criando uma alternativa para a polarização PSDB-PT e a idéia é a de fazer isso em coligação ou mediante fusão do novo partido com o PSB, mas esta aliança com o PSB, um partido que cresceu muito nas últimas eleições, ainda é um ponto incerto. Na Bahia, por exemplo, a senadora Lídice da Mata é receptiva, mas o secretário de Turismo e ex-deputado Domingos Leonelli não simpatiza com a hipótese. Os dois são as principais lideranças baianas do PSB.
Se não houver fusão ou coligação, o espaço político que Kassab tenta criar para sua candidatura em São Paulo pode não se tornar disponível. A não ser que outra alternativa, no presente oculta, venha a emergir. Pode ser.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.