Sexta, 4 de março de 2011
Dilma assumiu a Presidência em 1º de janeiro deste ano. Com
um estilo diferente de Lula, que era um falastrão e todos os dias ditava frases
de efeito que eram publicadas nos jornais e ouvidas nas TVs e rádios do país,
Dilma tomou várias providências e teve vitórias no Congresso. Diferente no
estilo, igual nas ações, especialmente nas econômicas.
Impôs a presidente um corte de R$50 bilhões no orçamento da União em
2011, sob a justificativa de que estaria assim combatendo o ressurgimento da
inflação. Sacrificará as atividades essenciais do Estado, como educação, saúde,
transporte, segurança e até mesmo imporá restrições financeiras nas atividades
de combate à corrupção e ao crime organizado.
O Ministério da Justiça, órgão ao qual está vinculada a Polícia
Federal, só como um exemplo, foi sacrificado com o corte de 64% dos seus
recursos orçamentários de 2011. Não é difícil imaginar a alegria que está o
crime organizado no país, tanto o segmento do tráfico de drogas, como o conjunto das quadrilhas
que atacam os cofres públicos. Sem dinheiro, como esperar bons resultados da
Polícia Federal que, já no ano passado, brecou muito sua atuação por falta de recursos, inclusive para pagamento de diárias de policiais em atividades nas
várias partes deste país continental?
A justificativa usada pelo governo Dilma para o corte dos
R$50 bilhões do orçamento, como já esclarecido acima, é que a medida iria conter
a inflação e, como conseqüência, impedir o aumento dos juros.
Mas não é que o governo Dilma, pelo Banco Central, atendeu
às expectativas do mercado financeiro? Aumentou esta semana em mais de meio por
cento a taxa de juros, a famosa Selic. Agora a Selic é de 11,75%. Da noite para
o dia a banqueirada viu aumentar ainda mais os ganhos com as aplicações na
dívida pública brasileira. E veja que ela, a banqueirada, já recebia a maior
taxa de juros do planeta.
Corte, arrocho, sacrifício, tudo em cima de servidores
públicos e em atividades essenciais do Estado. Prêmios maiores para os
especuladores com os papéis da dívida brasileira.
São ou não iguais os governos de Lula e Dilma quando se
trata de estratégia que beneficiam apenas os credores da dívida pública?