Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Crise global da dívida se aprofunda

Terça, 13 de setembro de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"

Os jornais de hoje [12/9] destacam as repercussões globais da possibilidade de a Grécia não receber um novo empréstimo do FMI / União Européia (UE), que havia sido programado para viabilizar o pagamento da dívida anterior. Desta forma, o país pode suspender este pagamento, ou negociar uma redução da dívida.

Mesmo promovendo um pesado ajuste fiscal e cortando diversos direitos sociais da população, o governo grego não deve cumprir todas as imposições do FMI/UE, que por isso pode não conceder esta nova parcela do empréstimo. Isto mostra como age o Fundo, liberando os empréstimos por partes, sempre condicionadas à implementação de pesadas medidas anti-sociais, que servem para liberar recursos para o pagamento de uma questionável dívida.

No caso da Grécia, este processo de endividamento foi estimulado pelos próprios bancos, que tomaram centenas de bilhões de euros em empréstimos a juros baixos (cerca de 1% ao ano) junto ao Banco Central Europeu (BCE) para emprestar à Grécia a taxas várias vezes superiores, ganhando rios de dinheiro. 

Esta política do BCE foi feita para salvar os bancos da falência na crise global, mas quando são os países que vão à falência, a política é bem diferente. Os empréstimos possuem juros bem maiores e são condicionados a pesados cortes de gastos e direitos sociais.

Mesmo que haja uma redução de dívida, isto será apenas um pequeno troco do que os bancos já ganharam com esta farra de endividamento.
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