Segunda, 12 de setembro de 2011
Da Agênci Brasil
Débora Zampier - Repórter
Os advogados da promotora Deborah Guerner, acusada de
envolvimento no esquema de pagamento de propina no governo do Distrito
Federal revelado em 2009, pediram à Justiça a restituição de R$ 280 mil
que foram encontrados na casa dela. O dinheiro, apreendido pela Polícia
Federal em junho do ano passado, estava dentro de um cofre enterrado no
quintal.
De acordo com o advogado Paulo Sérgio Leite Fernandes, o dinheiro tem
origem lícita e é comprovado no Imposto de Renda. Ele afirma que pediu a
liberação da quantia porque sua cliente não está mais conseguindo arcar
com o tratamento psiquiátrico, uma vez que o salário dela foi suspenso
em agosto.
“A Deborah tem tratamento psiquiátrico há seis anos, que não é coberto
pelo plano de saúde. Foi internada várias vezes, inclusive no [Hospital]
Sírio-Libanês, no mês passado, e não tinha dinheiro para pagar a
conta”, explica o criminalista, que alega que sua cliente sofre de
transtorno bipolar.
Ele também afirma que o pedido de restituição não precisa aguardar a
definição do processo, e que a relatora pode decidir a questão
individualmente. O pedido foi protocolado no Tribunal Regional Federal
da 1ª Região no final da semana passada.
A Operação Caixa de Pandora revelou um esquema de pagamento de propina
que resultou no afastamento do então governador do DF, José Roberto
Arruda. Deborah Guerner e o ex-procurador-geral do DF Leonardo Bandarra
são acusados de cobrar dinheiro de Arruda para não divulgar um vídeo em
que ele recebe propina do delator do esquema, Durval Barbosa. Eles
também são suspeitos de vazar dados sigilosos da Operação Megabyte, da
Polícia Federal, de junho de 2008.
