Segunda,
26 de maio de 2014
Isabela
Vieira - Repórter da Agência Brasil
Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) começam hoje (26) uma greve em defesa de democracia interna
e valorização do corpo funcional. A paralisação coincidirá com a divulgação dos
resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre de 2014,
previstos para serem apresentados sexta-feira (30), no Rio de Janeiro.
De acordo com uma das diretoras da Associação de Servidores
do IBGE, Ana Magni, a categoria reivindica aumento do orçamento do órgão, para
atender às metas de planejamento, a contratação de 4 mil servidores e
equiparação salarial a funcionários de outros órgãos, como o Banco Central e o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
“Temos milhares de vagas que precisam ser recompostas,
aposentadorias crescentes, trabalho precário e temporário na ponta, que
precisamos substituir, além de recomposição de salários condizentes com outros
órgãos do Ministério do Planejamento”, disse ela.
Os servidores também cobram participação nas decisões de
gestão e democracia interna. “Reivindicamos participar das decisões sobre o
futuro da instituição, nos moldes de outros órgão que têm um congresso
institucional que pensa, debate e escolhe seus dirigentes”. Segundo Ana, a
ideia é escolher gestores que não fiquem “à mercê de intempéries políticas e econômicas”.
Apesar da paralisação, está mantida a divulgação da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), com dados nacionais
sobre o mercado de trabalho. A publicação, que substituirá a Pesquisa
Mensal do Emprego (PME) – e avalia seis regiões metropolitanas-, chegou a
ser cancelada pelo órgão e depois retomada. “Juntamente com a sociedade,
conseguimos manter essa publicação. A divulgação desses dados é uma questão de
honra”, disse a diretora.
Sobre a divulgação do PIB, Ana Magni disse que não é
possível prever o impacto sobre a publicação, que está em estágio avançado.
“Não sabemos ainda a intensidade e o ritmo da greve”, .
Devem paralisar as atividades funcionários de Alagoas, do
Amapá, Amazonas, Distrito Federal, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, Paraná,
Rio Grande do Sul, de São Paulo, Santa Catarina e unidades do Rio de Janeiro.
Novas assembleias estão previstas ao longo desta semana.
Procurado pela Agência Brasil na última sexta-feira
(23), o IBGE, que tem 5,7 mil funcionários em todo o país, disse que só
comentaria a paralisação nesta segunda-feira.