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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Joe Valle quer reinventar a roda e o fogo na Câmara Legislativa do DF?

Quinta, 22 de dezembro de 2016

Meu Deus... vamos às (novas) incoerências da ideia do presidente eleito



Entra presidente, sai presidente, e os comandantes da Câmara Legislativa do Distrito Federal continuam querendo reinventar o fogo e a roda. Esquecem que, se a Casa for presidida com ética e honestidade, a gestão já será de grande valia.

É o que a sociedade de Brasília espera de seus deputados e do novo presidente da Câmara Legislativa.

Na edição de hoje da coluna Eixo Capital, do Correio Braziliense, assinada pela jornalista Ana Maria Campos, mais uma vez a população é surpreendida pela “reinvenção” do fogo com a ideia divulgada pelo presidente eleito da Câmara Legislativa, deputado Joe Valle. Segundo a coluna, o pedetista teve a “genial” ideia de reunir todos os deputados distritais que exerceram mandatos na Casa – são cerca de 150 – e dar um broche de livre acesso à Câmara, além de incumbi-los de debater os temas controversos que passarão pelo plenário nos próximos dois anos.

Meu Deus... vamos às (novas) incoerências da ideia do presidente eleito.

Primeiramente, seria dispensável gastar dinheiro com confecção de mais de sei lá quantas dezenas de broches para entregar aos ex-deputados. Aliás, bem lembrado pela coluna Eixo capital, alguns como Luiz Estevão, Gim Argello e Carlos Xavier, provavelmente, nem vão precisar de livre acesso às dependências da Câmara. Os dois primeiros estão privados de liberdade e o último, foragido. Além do mais, vale lembrar que se a Câmara Legislativa é a “Casa do Povo”, ninguém que se enquadre dentro do grupo “povo” precisa de broche para entrar no seu recinto. É a lógica mais coerente, não é?

Além disso, Joe peca, uma vez que quer criar uma espécie de “eleição indireta” na Casa. Isso porque se a Câmara Legislativa tem 24 deputados distritais, eleitos pela vontade popular a cada quatro anos, isso significa que esses 24 distritais eleitos é que têm a tarefa de discutir os temas controversos e votar os projetos. Representando o pensamento do povo do Distrito Federal que os elegeu. Levando em consideração que o consenso muitas vezes não é alcançado entre 24 cabeças, imaginem com 150 donos de broches?! Para discutir temas controversos ou não, existem as audiências públicas que, como o próprio nome já diz, são públicas. E poderão contar com a participação dos ex-distritais a qualquer momento.

Isso sem falar que são eleitos os nomes que a população escolhe para um mandato de quatro anos. Sendo assim, não faz sentido algum levar para dentro da Câmara Legislativa pessoas que, em algum momento, foram preteridas pela própria população em eleições passadas. Vale ressaltar que alguns ex-deputados disputaram eleições e não foram reeleitos. Ou seja, o povo já disse, de forma democrática, que não queria mais essas pessoas discutindo tema algum na Casa.

O presidente eleito da Câmara Legislativa erra feio ao “reinventar” a roda dessa forma. Como erraram muitos que já passaram pela cadeira maior do Legislativo local. Basta relembrar que a presidente afastada, Celina Leão, “reinventou” ideia do ex-presidente Leonardo Prudente, quando quis realizar sessões ordinárias em diferentes cidades do DF como a desculpa de aproximar a Câmara da população. População esta que, muitas vezes, quando vai à Câmara Legislativa, tem dificuldades de entrar na Casa e, muitas vezes, inclusive na gestão da própria Celina, já foi impedida de ocupar a galeria ou o espaço interno da Câmara, a “Casa do Povo”.

Erraram também ex-presidentes da Câmara que deram muito mais valor às verbas de publicidade para “divulgar os trabalhos da Casa” e deixaram de lado a TV Distrital, que seria uma forma muito mais inteligente rápida e eficaz de divulgação. Assim como um site mais dinâmico e completo para que a população pudesse entender melhor o funcionamento da Câmara Legislativa.

Acorda Joe. Ainda dá tempo de o presidente eleito da Câmara Legislativa, repensar a ideia e não querer reinventar a roda e o fogo. Muito menos partir para engenhocas mirabolantes. O povo do Distrito Federal esta cansado de conversa fiada, quer e precisa de coisas simples do nosso Legislativo: ética, transparência, zelo com o dinheiro público, fiscalização e defesa dos seus direitos. Servidores públicos comprometidos com a cidade. Que não ostentem broches nos ternos.

O que se espera do novo presidente é responsabilidades com a população do Distrito Federal.

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Comentário do Gama Livre: Vários ex-distritais merecem receber da CLDF —melhor seria receber do Povo— uma 'joia' de michelline em formato de algemas. Uma algema, seria joia falsa, e uma outra daquelas do Japonês da Lava Jato.

Estou imaginando aqui a ex-distrital Eurides Brito chegando na porta da CLDF e sacando daquela (daqueeeelaaa) bolsa seu broche de livre acesso. Imaginou? Antes de sair o broche sairia maços de propinas.


Outro, ao ser solicitado um documento para ingresso (????) na CLDF ele se abaixa e retira o broche das meias. E pede ao ex-colega ao lado, que também vai entrar na Câmara, que façam juntos uma nova oração da propina.

Cruz Credo!!!! Tende piedade da gente, Valle! Não quero a volta daquele vale de lágrimas que foi a Caixa de Pandora.