Da Tribuna da Imprensa Sindical
Por Carlos Fernandes - Via DCM
O
presidente Michel Temer avisou que irá fazer no sábado (24), véspera de
Natal, um pronunciamento em cadeia nacional para tentar passar o que os
seus assessores chamam de uma “mensagem de otimismo” ao povo
brasileiro.
O
que exatamente tem a dizer sobre otimismo um sujeito que aniquilou os
investimentos em saúde e educação pelas próximas duas décadas, trucidou
os avanços conquistados nas áreas sociais, aleijou de vez uma economia
que já vinha cambaleante, conspira contra a sagrada CLT e tenta tornar a
merecida aposentadoria dos trabalhadores numa lenda urbana, é algo que
realmente me deixa curioso.
Como
tudo em seu governo, o tal pronunciamento era uma incógnita até pouco
tempo atrás. Com a coragem de um verme que já lhe é peculiar, Temer se
apavora com uma possível nova onda de paneleiros a lhe cobrar o paraíso
prometido num Brasil pós-Dilma.
Justiça
seja feita, o que mais um moribundo a ocupar a cadeira presidencial
pode esperar, após atingir a estratosfera da rejeição popular onde nem
mesmo Marcela é capaz de elogiá-lo sem deixar escapar um constrangedor
sorriso amarelo?
Seja
como for, a sua “ilibada” equipe ministerial o convenceu a sair da toca
por acreditar que muito das suas medidas tomadas no decorrer desses
tenebrosos sete meses ainda não estão sendo devidamente esclarecidas a
uma boa parcela da sociedade.
Sim,
é aquele velho discurso. O seu desemprego, o aumento nos impostos, a
perda de direitos, o arrocho salarial e o desmonte do Estado são para o
seu bem. Se você discorda, é porque simplesmente não compreende. Deixe
conosco que cuidamos de você.
Resumindo,
Temer e sua claque acreditam que o caldeirão social que está prestes a
explodir se amenize simplesmente porque virá à televisão tentar
“explicar” aos 99% que sofrem, os benefícios criados para o exclusivo
usufruto dos 1% que financiaram o seu golpe.
Pois
é! Foi a esse tipo de gente que entregaram os rumos desse país, com a
inacreditável chancela dos que transitaram entre a ingenuidade infantil e
a sandice patológica.
O
show de verborragia regado a mesóclises que será utilizado para uma
tarefa dessa natureza, fechará de vez o ano em que trocamos a
honestidade pela corrupção, a bravura pela covardia, a sinceridade pela
mentira e a democracia pela plutocracia.
Será uma verdadeira ode ao cinismo, mas pelo menos será em bom português, né?