Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Situação vergonhosa do RJ também reflete contra o governo Michel Temer

Quarta, 28 de dezembro de 2016
Da Tribuna da Internet
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Temer não pode fingir que não tem nada a ver com isso

Pedro do Coutto
O Brasil é uma República Federativa, como todos sabem e, como todos estão sabendo agora, o estado do Rio de Janeiro vive uma calamidade pública ao ponto de não conseguir pagar seus próprios servidores. Formam-se filas de doação de alimentos, como se os funcionários públicos tivessem que recorrer à caridade e não aos seus direitos legítimos. Entre esses direitos destaca-se o de receber seus salários.

A situação extrema a que foi conduzido o Rio de Janeiro tem responsáveis claros, porque tal drama não acontece por acaso. Foi consequência de assaltos ao patrimônio público sem precedentes, que guardadas as dimensões, podem até ser considerados mais graves do que o escândalo chamado petrolão.
O governador Luiz Fernando Pezão demonstra claramente sua incapacidade, principalmente a da falta de previsão, uma vez que integrava o Executivo estadual ao longo de oito anos. Pezão, entretanto, não é a peça principal do descalabro. A responsabilidade principal do descalabro, por não prestar socorro e ir ao encontro dos direitos trabalhistas do funcionalismo, passa às mãos do presidente Michel Temer, de acordo com o princípio federativo da República do Brasil.
BRAÇOS CRUZADOS – O presidente da República, assim, não pode permanecer de braços cruzados diante da dimensão da crise. Não importa, no caso, que as negociações de recomposição das dívidas estaduais tenham fracassado por culpa de Pezão. O essencial é a responsabilidade do governo central em resolver crises estaduais. Pois, caso contrário, seria admitir que o governo central pudesse manter-se imune a uma sucessão de descalabros que vem ocorrendo, principalmente no Rio de Janeiro.
Tal situação destacada nas primeiras páginas dos jornais e em todos os noticiários da televisão, sem dúvida alguma reflete no exterior, levando o mundo inteiro a uma situação de perplexidade. Não tem cabimento tal processo.
SEM DEFINIR CULPAS – Não se trata de definir culpas agora, como se isso pudesse isentar o governo Michel Temer de apresentar soluções. Afinal de contas, os funcionários do Rio de Janeiro não podem ser punidos e subtraídos em seus direitos por fatos que não cometeram. Dessa forma, o presidente da República precisa mais uma vez tomar uma decisão rápida, pois afinal de contas é ele quem governa o país.
E governar é, principalmente, respeitar as leis e os direitos de todos.