Segunda, 5 de dezembro de 2016
Paulo Skaf pondo seus patos no espelho d'água do Congresso, sendo observado de perto pelo deputado federal Paulinho da Força. Cadê os patos, Skaf? Cadê os patos, Paulinho? Foto: Reprodução da internet
Em algumas fotografias que vi na imprensa sobre as manifestações de ontem (4/12) pelo Brasil, uma figura não apareceu em cidade alguma, nem mesmo em São Paulo na frente da poderosa, e suspeita, Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Não saiu ontem às ruas do Brasil o enorme Pato amarelo, símbolo da campanha da Fiesp nas manifestações anteriores e que levava os manifestantes ao orgasmo. Tinha, anteriormente, Pato na Avenida Paulista, na Praia de Cobacabana, no Farol da Barra (Salvador), na Praia de Iracema (Ceará), em Belo Horizonte, em quase todas as cidades grandes do Brasil, inclusive na nossa Brasília, beirando o espelho d'água do Congresso ou voando, amarrado por cabos, em frente à Catedral do DF. Nem parecia que era um pato, mas um bando de patos, que enviava seus integrantes a cada uma das grandes manifestações.
Era pato aqui, pato acolá.
Pensei? Será que algum louco esfaqueou todos os patos das manifestações? Os que sobraram poderiam dar sua graça (ou desgraça?) pelo menos em Brasília, Rio e São Paulo. Santa inocência a minha!
Só depois é que percebi, e tive certeza, porque os patos se recolheram —na realidade foram recolhidos às pressas— e proibidos de voarem nas manifestações.
E qual a razão de abortarem os voos que dariam nas manifestações de ontem (4/12) Brasil a fora?
A razão ficou clara. O impoluto Paulo Skaf, presidente da poderosa Fiesp, e chefe supremo da esquadrilha de Patos amarelos, determinou, certamente, que a operação fosse abortada. Nem um pato no ar, decidiu. Como as manifestações de ontem também foram contra a corrupção e em defesa da continuidade da Operação Lava Jato, pato não podia dar as caras em praça pública. É que o chefe da esquadrilha foi delatado (nada com deletado) pelo Chefe do Departamento de Propinas da Odebrecht, o senhor Fernando Migliaccio. Assim, entenderam vocês? Como um pato aparecer protestando contra a corrupção, quando seu mentor, chefe de seu bando, havia recentemente entrado na linha de tiro da delação premiada do departamento de propinas da Odebrcht?
Imagem do Sinpro Osasco