Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Parabéns Teori Zavascki, parabéns Marco Aurélio Mello, parabéns José Divino e parabéns Ministério Público!

Terça, 6 de dezembro de 2016
NA VARANDA com Edson Sombra

No mesmo ano caem Cunha, Celina e Renan... presidentes de Legislativos instalados na capital da República




"E eu vivi para ver em 2016, o Presidente da Câmara dos Deputados, a Presidente da Câmara Legislativa e agora o do Presidente do Senado caírem. Terei histórias para contar aos meus netos. Muito bom. Início de novos tempos para o nosso Brasil". A frase não é minha, mas resolvi prestar uma homenagem ao internauta que me enviou.

Quem imaginaria em qualquer outra época que poderosos nomes, como é o caso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Celina Leão (PPS) e de Renan Calheiros (PMDB-AL) teriam seus comandos defenestrados por magistrados de nossas Cortes, Supremo Tribunal Federal e Tribunal de Justiça do Distrito Federal? Quem imaginaria? Ninguém.


Sempre ouvíamos rumores, conversas e até histórias, de ouvir dizer, mas poucos tiveram o cacife e a coragem dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, de Marco Aurélio Mello e de José Divino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que após denúncias de conduta imoral e amoral, afastaram os caciques de suas funções privilegiadas na Praça dos Três Poderes e na Praça Municipal, respectivamente. Renan e Celina alimentam o sonho de retornar aos seus cargos.

Em maio, Zavascki afastou Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados e causou alvoroço na vida política do País, quando já se discutia (e se votava) o pedido de afastamento da então presidente da República Dilma Rousseff (PT).

Mas o que chama atenção é que em Brasília situação parecida parece refletir as crises institucionais vividas nacionalmente.

Não menos impactante, a Operação Drácon, do Ministério Público do DF, pediu o afastamento da presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), e foi atendido pelo desembargador José Divino do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A Câmara Legislativa, no caso, é o nosso Congresso Nacional.

Celina e os demais integrantes da Mesa Diretora da CLDF foram afastados das funções e denunciados pelo Ministério Público por suposta troca de emendas parlamentares da saúde por propina de empresas de UTI.

Ontem, quando ninguém esperava, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu acatar representação da Rede Sustentabilidade e também afastou o todo poderoso Renan Calheiros do posto número 01 do Senado Federal. A decisão ocorre novamente durante mobilização de cidadãos contrários aos constantes escândalos políticos denunciados e noticiados.

Apesar de os demais integrantes da chamada Mesa Diretora da CLDF terem conseguido retornar aos postos para os quais foram eleitos por seus pares, a Justiça do DF decidiu que Celina continuasse afastada de suas atribuições. Ontem, mais uma vez, o desembargador José Divino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, negou que a parlamentar reassumisse o comando da Casa. Igualmente como ocorreu com Eduardo Cunha e que deve ocorrer com Calheiros.

O que os três casos têm em comum? Talvez o fato de todos terem sido denunciados e, mesmo sem condenações proferidas, o Judiciário entendeu que esses comandantes de legislativos (Câmara Federal, Câmara Legislativa e agora o Senado) deveriam desocupar as principais cadeiras dessas casas de leis.

É lamentável que a situação política de nosso País e do Distrito Federal tenha chegado a esse ponto. No entanto, se pararmos para pensar, pior seria se a Judiciário permanecesse omisso, ou mesmo letárgico, em todas as denúncias que a ele foram levadas. Algo muito forte deve ter levado esses magistrados a tomar tais decisões. Dificilmente eles tomariam atitudes como estas baseadas em “achismos” e perseguições políticas.

Alguém certamente já deve ter declarado que o que acontece em Brasília reverbera nos quatro cantos do País. Eu vou além: graças à ação de nossos juízes, desembargadores e ministros das Cortes Superiores, respaldados pelo trabalho dos promotores e procuradores de Justiça de várias esferas do Ministério Público em todo o país, a Era dos autointitulados “todo poderosos” e dos "falsos moralistas" está chegando ao seu fim. Aliado a isso, um grande senso de Justiça alimenta o sentimento de toda a sociedade.

Hoje, ainda é 6 de dezembro de 2016, e ainda faltam 25 dias para o ano acabar... O que ainda acontecerá?

Parabéns também as policiais civis de todo o Brasil e a Polícia Federal que estão ajudando a limpar nosso país. Que venha a nova Era!