Quarta, 10 de maio de 2017
Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato
na primeira instância em Curitiba, enviou hoje (10) uma manifestação ao
Supremo Tribunal Federal (STF) para defender que o ex-ministro da
Fazenda Antonio Palocci permaneça preso.
Moro destacou ao
ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a existência de
provas que dão conta da movimentação, possivelmente até 2014, de cerca
de R$ 150 milhões em recursos ilícitos por Antonio Palocci – para caixa
dois de campanhas eleitorais ou para enriquecimento próprio.
O
magistrado ressaltou ainda que tal quantia não foi integralmente
recuperada, dando chance à prática de novos crimes de lavagem de
dinheiro, caso o ex-ministro seja solto.
“O que se tem, portanto,
em cognição sumária, são provas de macrocorrupção, praticada de forma
serial pelo paciente, com graves consequências, não só enriquecimento
ilícito, mas também afetando a integridade de processos eleitorais no
Brasil e no exterior por sucessivos anos”, escreveu Moro na mensagem ao
STF.
Para defender a prisão preventiva de Palocci, Moro apontou
haver indícios de que o ex-ministro tentou destruir provas até poucas
horas antes de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão
em endereços ligados a ele, no dia 26 de setembro do ano passado, mesma
data em que foi preso.
Após ter negado liminar (decisão provisória) para soltar Palocci, Fachin enviou ao plenário o julgamento do pedido de liberdade do ex-ministro.
A
iniciativa foi tomada após Fachin ter sido vencido na Segunda Turma da
Corte, colegiado responsável pelas questões relativas à Lava Jato, nos
julgamentos que decidiram pela soltura do ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu, do empresário José Carlos Bumlai e do ex-tesoureiro do PP João
Claudio Genú, todos réus na Lava Jato.