Segunda, 15 de maio de 2017
Ivan Richard Esposito - Repórter da Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi indiciado hoje (15)
pela Polícia federal pelo crime de corrupção passiva por suposta
participação na venda de uma medida provisória em inquérito oriundo da
Operação Zelotes. Em nota, a defesa de Lula repudiou “toda e qualquer
ilação” do envolvimento de Lula com atos e ilícitos e considerou que o
indiciamento faz parte da “perseguição política” sofrida pelo
ex-presidente.
Para a PF, o ex-presidente e mais 12 pessoas,
entre ex-ministros da gestão Lula e empresários, participaram de um
esquema criminoso que resultou na edição da Medida Provisória 471, que
estendeu incentivos fiscais a montadoras e fabricantes de veículos das
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
De acordo com o relatório
da PF que segue para análise do Ministério Público, que pode ou não
oferecer denúncia à Justiça, lobistas representando as montadoras teriam
repassado ao PT de forma ilícita cerca de R$ 6 milhões para que a MP
fosse publicada.
Os advogados de Lula, disseram, em nota,
desconhecer o teto do indiciamento e afirmaram que o ex-presidente tem
sido “submetido, nos últimos dois anos, a verdadeira devassa e nenhuma
prova foi encontrada, simplesmente porque não houve de sua parte
qualquer ato de corrupção”.
“Essa onda de ataques só serve para
reforçar que nosso cliente é vítima de perseguição política por meio de
procedimentos jurídicos, prática reconhecida internacionalmente como lawfare, e que atenta contra o Estado Democrático de Direito”, diz trecho da nota.
A
Operação Zelotes investiga desvios no Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf), órgão que é vinculado ao Ministério da Fazenda e
é a última instância administrativa de recursos referentes a impostos e
multas de contribuintes.
De acordo com as investigações, diversas empresas teriam participado de um esquema envolvendo o pagamento de propina a conselheiros para que manipulassem resultados dos julgamentos. Grandes executivos, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, são réus em processos relativos à Zelotes.
De acordo com as investigações, diversas empresas teriam participado de um esquema envolvendo o pagamento de propina a conselheiros para que manipulassem resultados dos julgamentos. Grandes executivos, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, são réus em processos relativos à Zelotes.