Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 24 de dezembro de 2017

Intensifica-se o esquema indecoroso para aprovação da contra reforma da Previdência

Domingo, 24 de dezembro de 2017



Mário Augusto Jakobskind*
Como já se previa, colunistas de sempre na grande mídia foram acionados para se somar a cruzada em favor da aprovação da contra reforma da Previdência, que tem por objetivo exatamente favorecer ao capital financeiro que faz de tudo para controlar o setor. O farsante e lesa pátria Michel Temer está a frente das mentiras juntamente com o aposentado do Banco de Boston e atual Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles que, por sinal, ocupou o espaço da propaganda eleitoral de seu partido, o PSD, para elogiar a política econômica que ele mesmo executa em favor dos bancos.

Em seguida ao pronunciamento de Meirelles, um telejornal noticiava os acontecimentos no Rio Grande do Norte em que funcionários do setor de segurança estavam em greve por não receberem salários em dia. E os entrevistados acusavam a crise econômica que Meirelles e demais golpistas dizem que está superada. E o governador do Estado em crise, Robinson Faria, por sinal, é do mesmo partido que Meirelles, o partido que proporcionou ao Ministro ocupar o espaço propagandístico para, como sempre, enganar a opinião pública cada vez mais cansada de ouvir o que não corresponde à realidade.

Na verdade, o objetivo do ministro golpista é tentar ser o candidato das forças do recuo para uma eleição presidencial, mesmo que seja um pleito para a escolha de um presidente sem poderes para governar, como acontece em regimes semipresidencialistas ou parlamentaristas. Meirelles e seus seguidores começam a sentir que dificilmente o candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, tem condições de emplacar, daí começam a não esconder mais o jogo.

A tática é acionar os dispositivos das mentiras para enganar a opinião pública e para tanto convocar os colunistas de sempre a se somarem ao que vem sendo bombardeado diariamente pelos golpistas. E está mesmo na hora de desmontar a peça publicitária da contra reforma da Previdência, cujo objetivo é entregar o setor para os bancos, o que acontecerá com a privatização. E alguém ainda tem dúvidas dos vínculos de Meirelles com o setor bancário?

E assim caminhará o noticiário da mídia comercial até a votação pelo Congresso da propalada reforma da Previdência, que de fato é uma contra reforma, que tem por objetivo satisfazer o setor que Meirelles e demais golpistas defendem com todo o vigor.

E é impressionante a enxurrada de mentiras ditadas pelos políticos que apóiam o golpe que favorece o setor financeiro. De qualquer forma, eles estão sendo avisados que se votarem a favor da contra reforma da Previdência poderão não voltar ao Congresso. E se isso acontecer muitos deles, diga-se de passagem, correm o risco de perder o foro privilegiado e serem julgados em outras instâncias das acusações que pesam sobre eles.

Nesta batalha indecorosa vale assinalar também a entrada em cena do Ministro da Articulação Política do governo lesa pátria Michel Temer. Há denúncias, divulgadas pelo site 247, segundo as quais Marun está agindo também indecorosamente no sentido de conseguir o apoio de deputados à contra reforma previdenciária. O novo Ministro, segundo as denúncias, levantou todos os pedidos de empréstimos protocolados na Caixa por Estados, capitais e outras grandes cidades e condicionou a assinatura dos contratos à entrega de votos pelos governadores e prefeitos, que exercem influência sobre os parlamentares.

E o primeiro a sofrer pressão foi o governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), que deixou o Palácio do Planalto nesta semana reclamando. Barreto se disse chocado ao sair de uma reunião depois que ouviu Marun dizer que há vários contratos com a Caixa, mas o governo só vai liberar após a votação da reforma. “Achei uma coisa fora de propósito. Me deixou frustrado”, disse.

Para quem desconhece, ainda segundo o 247, Sergipe tenta um empréstimo de R$ 560 milhões com a Caixa para a recuperação de rodovias. Se o dinheiro sair só em fevereiro, após a votação da reforma, vai coincidir com o início das chuvas no Nordeste, em março, o que inviabiliza as obras.

Este é o momento que vive o Brasil, cujo governo golpista vem sendo também pressionado por organismos internacionais para aprovar a contra reforma custe o que custar. Aí serve qualquer tipo de expediente, fora as mentiras diárias, para aprovar o favorecimento ao setor bancário. Não é à toa que o farsante lesa pátria elogiou ardorosamente o Presidente argentino Maurício Macri por ter aprovado no Congresso por escassa margem a contra reforma da Previdência.

* Via e-mail/Mário Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor, vice-presidente na Chapa Villa-Lobos, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI (2016/2019) e Coordenador de História do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói.

Fonte: Tribuna da Imprensa Sindical