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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

GDF poderá autorizar importação de lixo hospitalar para Brasília

Segunda, 18 de dezembro de 2017
Do Brasília, por Chico Sant'Anna

Contêiner da empresa com lixo hospitalar na Ceilândia. Foto do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Urbana do Distrito Federal.

Dentre os tipos de lixos que se cogita autorizar a importação estão materiais contaminados com prions, uma proteína que afeta o sistema nervoso de animais e seres humanos e que os técnicos acreditam seja a responsável pela Doença da Vaca Louca.
Por Chico Sant’Anna
Brasília poderá ser o destino de lixo hospitalar produzido em outros estados. Deliberação neste sentido pode ser tomada nesta quarta-feira, 20/12, pelo Conselho de Meio Ambiente do Distrito Federal – Conam-DF. A empresa Stericycle Gestão Ambiental Ltda, já instalada no Distrito Federal para processar lixo hospitalar candango, solicitou ao governo a autorização para importar resíduos hospitalares de Uberlândia e Uberaba, em Minas Gerais, e de Mogi-Mirim e Piratininga, São Paulo. Dentre os tipos de lixos que ela requer autorização para importar estão materiais contaminados com prions, uma proteína que afeta o sistema nervoso de animais e seres humanos e que os técnicos acreditam seja a responsável pela Doença da Vaca Louca. O assunto já foi levado ao Ministério Público pelo Fórum das Ongs Ambientais do DF.
A Stericycle opera na quadra 21, do Setor Industrial da Ceilândia e tem a capacidade de processar 20,667 toneladas de lixo por dia. Mas o Distrito Federal não produz tanto lixo assim e, desta maneira, conforme relata Mônica Veríssimo, representante no Conam-DF do Fórum das ONGs Ambientais, estaria a empresa querendo suprir a capacidade ociosa com lixo proveniente de outros estados. A empresa aguardaria essa autorização, inclusive, para participar de outras licitações de coleta de residuos hospitalares que teriam como destino a Capital Federal.
Oficialmente, por meio de solicitação ao Conam-DF, datada de maio desse ano, a empresa afirma que o lixo hospitalar de outros localidades só seriam enviados a Brasília em decorrência de manutenção de suas usinas em outras localidades. Assim mesmo, ela prevê a importação de 3.540 toneladas de “resíduos dos serviços de saúde”. Segundo o documento, depois de tratados no Distrito Federal, parte desses resíduos seria destinada ao aterro sanitário de Planaltina de Goiás (Brasilinha) e outra parte seria encaminhada a um aterro em Uberaba.