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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 6 de junho de 2018

EUA proibiram a exportação de petróleo bruto por 40 anos, mas aqui no Brasil…

Quarta, 6 de junho de 2018
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton
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Charge do Rico (Arquivo Google)

Vejamos, por exemplo, o caso da Petrobras e de sua política atual, que mantém as refinarias subutilizadas, aumenta a exportação do petróleo bruto e amplia a importação de óleo diesel, a maioria comprada aos Estados Unidos. Será que os EUA adotariam política semelhante? Claro que não!
No governo Castelo Branco, o primeiro da ditadura militar, o general Juracy Magalhães foi nomeado embaixador brasileiro nos Estados Unidos, quando pronunciou sua célebre frase: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Este lema até hoje é adotado pelos defensores do neoliberalismo e da globalização, mas provoca revolta nos brasileiros que realmente defendem os interesses nacionais, independentemente de ideologias. De toda forma, se deixarmos de lado as paixões políticas, há momentos em que é importante seguir o exemplo dos norte-americanos, quando se trata da defesa dos interesses nacionais. Convém conferir a Matriz, para posicionar melhor a Filial.

PROTECIONISMO – Os Estados Unidos não se tornaram a maior potência mundial sem políticas protecionistas. Na área da energia, então, eles são cuidadosos e repressores. Não foi por mera coincidência que proibiram, durante 40 anos seguidos, a exportação de petróleo bruto, em restrição que valeu até 2015, quando o abastecimento interno ficou garantido pela alta na produção do xisto e do álcool combustível, passou a haver muito excedente.
Na defesa dos interesses nacionais, os americanos não brincam em serviço. Quando o Brasil criou o Proálcool, maior programa de energia alternativa do mundo, a resposta do governo de Roland Reagan foi implacável, com o Congresso aprovando uma sobretaxa que inviabilizou as exportações brasileiras. E hoje os EUA são o maior produtor mundial de etanol, garantindo o Próalcool deles, enquanto o Brasil passava a importar álcool combustível, vergonha nacional.
COMPLEXO DE VIRA-LATA – Os americanófilos, que não são poucos aqui no Brasil e parece que estão aumentando, não conseguem entender que nem sempre o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.
Por uma questão meramente ideológica, ainda continuam defendendo a política suicida adotada pelo americanófilo Pedro Parente, com reajuste diário baseado na cotação do petróleo e do dólar no mercado internacional. A Organização Globo, maior porta-voz dos Estados Unidos do lado de baixo do Equador, lutou o quanto pôde para prestigiar Parente, mas realmente a coisa estava chegando ao ridículo.
NO PETROBRAS – Para se notabilizar, o novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, não precisa fazer muita coisa. O Brasil é autossuficiente em petróleo. Então, basta colocar as refinarias para funcionar e conter a importação de óleo diesel.
A crise revelou que o diesel produzido pela Petrobras tem custo total de produção de apenas R$ 0,93, podendo ser vendido nos postos a R$ 2,68, com a estatal lucrando 50%, uma margem mais do que satisfatória no mercado mundial das petroleiras, ao invés de insanamente lucrar 150% e provocar uma greve que quase desestabiliza o país.
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P. S. 1 – Quanto a nós, precisamos nos livrar do “Complexo do Vira-lata”, como dizia Nelson Rodrigues, para nos tornarmos a pátria de chuteiras também nos campos do petróleo.



P.S. 2 – Com a alta do dólar, estamos extraindo petróleo do Pré-Sal a apenas 8 dólares o barril. Pena que esta riqueza esteja sendo entregue às multinacionais pela proposta indecente de José Serra, que hoje é um dos maiores americanófilos. Os investidores e acionistas da Petrobras deveriam protestar contra isso. (C.N.)