Sexta, 21 de junho de 2018
Pronto Atendimento Infantil (PAI) e Pediatria do HRG desmontados totalmente em 4 de maio de 2018 — Foto: arquivo do blog Gama Livre
Só pacientes classificados como de baixo risco são atendidos, e isso
em ambulatório. Casos mais graves, e se as crianças não tiverem sorte,
morrerão.
Foto: Pedro Ventura / Agência Brasília
Crueldade, estupidez, insensatez!
O governo de Brasília desmontou
sorrateiramente no final da madrugada do 4 de abril deste ano, entrando pelo
dia, a Pediatria e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) do HRG, Hospital
Regional do Gama. Logo depois, a propagando oficial do GDF espalhava pelos
quatro cantos (das TVs, jornais, e de muitos sites e blogs) que os pediatras
concursados, e contratados, fariam com
que no Hospital Regional de Santa Maria fossem imediatamente ativados o Pronto
Atendimento Infantil e a Pediatria. Quanto engodo! Fake News (argh!) Quanta
mentira contada nos ouvidos do povo sofrido dessas duas cidades da Região de Saúde Sul.
Estamos quase no final de junho
(no dia 21/6), mais de um mês e meio do desmantelamento total da Pediatria e do Pronto Atendimento Infantil do Gama. E até
agora nada de Pronto Atendimento Infantil
do HRSM. O que o governo fez, foi apenas a abertura de um simples ambulatório
que atende tão somente crianças classificadas como pacientes de baixo risco.
São os classificados com fitinhas verde e azul. Esses pacientezinhos deveriam,
segundo orientação do “atendimento básico” serem assistidos nos centros de saúde
(hoje chamados de UBS, unidade básica de saúde). Nossas crianças com
classificação de risco médio ou alto, isto é, amarelo, laranja e vermelho, que
morram sendo carregados pelos pais —ou pelos abnegados servidores do Samu— para
um lado e pra outro, batendo às portas de hospitais fora da Região de Saúde Sul (Gama e Santa Maria). Aliás, nem a Pediatria
de Santa Maria está funcionando como deveria.
A este respeito leia aqui.
Por falar em caos na saúde, o
tomógrafo do Hospital Regional de Santa Maria faz um tempão que está quebrado.
E sempre os gestores da saúde dão a desculpa padrão: “A manutenção acontecerá
na próxima semana”. Agora prometem que o conserto do tomógrafo ocorrerá na
sexta-feira, mas da semana que vem, dia 29 de junho. Quem sabe se o santo do
dia, São Pedro, ajuda? Tomara que auxilie.
E semanas passam, outras vêm e
passam, e o paciente do HRSM sem tomógrafo. Sendo, quando dá sorte, carregado
para o Hospital de Base ou outra unidade há mais de 30 quilômetros de Santa
Maria. É verdade que também trazem pacientes de Santa Maria para o tomógrafo do
Gama que, funcionava meia-boca, não havendo a impressão da imagem, obrigando o
médico a ir até o setor de Raios X para ver as imagens no monitor do aparelho.
Como médicos de Santa Maria não poderiam vir até o HRG para “espiar” as imagens
captadas pelo tomógrafo, o infeliz do paciente tinha que esperar ser levado
para o Plano Piloto de Brasília ou outro hospital em região administrativa
diferente, onde receberiam as imagens impressas. Sacrificando o paciente, encarecendo os custos do atendimento e,
quem sabe, mas muito provável, contribuindo para a morte ou sequelas em razão de atendimento fora de hora.
É o caos! É a propaganda enganosa!
É a má gestão de materiais! E má gestão de pessoas, claro!
É a vergonha!
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