Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 13 de junho de 2018

O bem-te-vi e o avião a jato

Quarta, 13 de junho de 2018

Quem viveu quando menino olhando nos juazeiros, nos imbuzeiros, na beira de riachos e açudes, os bem-te-vis cantando, chamando suas companheiras, e por elas sendo correspondidas. Quem garoto no interior da Bahia ficava um tempão admirando os bem-te-vis nos espinhaços dos bois e vacas, naquela cooperação entres essas duas raças —os bois e as vacas alimentando os bem-te-vis que saciavam a fome catando carrapatos, e os pássaros livrando os bois daqueles parasitas. Quem garoto viveu isso, não pode deixar de admirar os bem-te-vis de Brasília. E eu os admiro.


Os bem-te-vis da minha terra eram lindos, tinha a comida, e água, naquela época, certamente que limpa. 

Mas como estamos no Gama, DF, e em outros tempos, temos que nos contentar com os poucos bem-te-vis que podemos apreciar e ouvir. Verdade que esses pássaros que aparecem no vídeo, todos os dias dão o ar da graça no 'pedaço' para cantar e namorar. Alguns dias, mais cedo. Em outros, mais tarde. Mas sempre aparecem. Sei que sentem a falta de árvores, e na maioria das vezes têm que pousar e namorar em alguma antena. Aço frio, quando cedinho. Quente, quando o sol já se encontra alto no céu. Mas que são lindos nossos bem-te-vis, são.