Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 15 de setembro de 2018

Saúde e bem-estar 37. Para não comer VIII — Cereais integrais

Sábado, 15 de setembro de 2018
Por
Aldemário Araújo*

SAÚDE E BEM-ESTAR
50 textos (um a cada final de semana). Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros. Veja todos os escritos em: http://www.aldemario.adv.br/saude.htm

O doutor Joseph Mercola é mundialmente conhecido no campo da “medicina natural” em função de seus livros e intensa atuação profissional. O site mercola.com é considera o portal mais pesquisado na internet acerca de saúde natural. 

Mercola, no livro “Cura sem esforço”, dedica um capítulo aos alimentos reconhecidos amplamente como saudáveis mas que devem ser evitados. São eles: a) cereais integrais; b) adoçantes naturais como agave; c) produtos de soja não fermentada; d) óleo vegetal; e) a maior parte dos peixes e f) iogurte tradicional. 
Em relação aos cereais integrais (grãos inteiros), o doutor Joseph Mercola destaca a imagem positiva construída a partir de informações divulgadas por órgãos oficiais. Mercola lembra que o site do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) afirma os seguintes efeitos benéficos do consumo de cereais integrais: a) diminuição do risco de infarto; b) redução dos problemas de prisão de ventre e c) ajuda no controle de peso. 

Mercola esclarece que “… a insulina é um hormônio de armazenamento, que estoca as calorias extras provenientes dos carboidratos sob a forma de gordura, para o caso de escassez de alimentos no futuro. Assim, quando o seu corpo requer quantidades cada vez maiores de insulina para processar os carboidratos dos cereais, ele recebe cada vez mais sinais para armazenar gordura. Se você comer cereais três vezes ao dia – mesmo que essa fonte de cereais seja proveniente dos chamados superalimentos, como arroz integral – o seu corpo receberá três ordens distintas para direcionar essas calorias às suas células adiposas. Todos os dias”. Destaca, ainda, o doutor Joseph Mercola a sinalização ao corpo, em função da resistência à insulina, para não realizar a queima da gordura armazenada (para gerar energia). 

A recomendação do famoso médico é no sentido de se evitar o consumo de: a) cevada; b) painço; c) aveia; d) arroz (branco e integral); e) centeio e f) trigo. A orientação vale para os pães e massas feitos 100% com farinha de trigo integral. As alternativas saudáveis são: a) farinha de amêndoa; b) trigo-sarraceno; c) farinha de coco e d) batata-doce. 

O doutor David Perlmutter, mundialmente conhecido como autor dos livros “A dieta da mente” e “...”, é categórico: “… os grãos modernos estão destruindo, silenciosamente, o seu cérebro. Quando escrevo ‘modernos’ não me refiro apenas às farinhas, massas e arrozes refinados que já foram demonizados pela turma antiobesidade; estou me referindo a todos os grãos que tantos de nós adotaram como saudáveis, como o trigo integral, os grãos integrais, os multigrãos etc”. Perlmutter considera que a introdução do grão de trigo na dieta foi um dos acontecimentos mais importantes e mais nocivos na história da saúde humana. Ele afirma que a hibridização moderna e as tecnologias de manipulação genética tornaram o trigo moderno algo praticamente sem nenhuma semelhança genética, estrutural ou química com a variedade consumida num passado remoto em quantidades reduzidas. Conclui que esses ingredientes, na forma atual, atentam contra nossa fisiologia. Em outras palavras, não fomos geneticamente preparados para eles como são atualmente. 

Esta é mais uma daquelas questões delicadas e não consensuais em termos de alimentação. Inúmeros especialistas destacam o valor nutricional dos alimentos integrais. Eles afirmam que a ausência de refino ou processamento preserva grande parte das vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos complexos e fibras. 

Parece, diante de todas as considerações mencionadas, que o melhor caminho a ser adotado (já que uma decisão precisa ser tomada) é evitar (ou reduzir) o consumo de cereais integrais. A atitude mais drástica representada pela eliminação completa do consumo deve ser reservada para os “alimentos” ultraprocessados (agregados químicos sem nenhum valor nutricional).