Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Roger Waters defende direitos humanos, repudia ditaduras e se posiciona contra o fascismo. Bravo!

Quinta, 11 de outubro de 2018
Do Blogue Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti

Roger Waters mostrou que, além de músico competente e excelente letrista, é um homem de caráter.

O co-fundador do Pink Floyd tem o militarismo como alvo de alguns de seus desabafos musicais mais candentes, com toda razão: o avô morreu na guerra quando o pai era criança e este acabou sendo vítima da mesmíssima sina, deixando Waters órfão. O estrago emocional que tal perda lhe causou perpassa todo o álbum The Wall, a obra-prima dessa banda inglesa.

Daí decorre seu repúdio visceral ao nazismo, conforme se pode constatar no vídeo abaixo, trecho do filme Pink Floyd - The Wall, de 1982, dirigido por Alan Parker (trata-se "Run like hell", a 2ª parte da música "In the flesh").


E Waters não se omitiu quanto ao pesadelo pelo qual passa o Brasil, ameaçado de um retrocesso aos brutais anos de chumbo. 

Na sua primeira apresentação em São Paulo, não só fez projetar no telão a hashtag #elenão e uma relação de políticos de vários países que corporificam a invasão bárbara, como respondeu de forma altaneira aos fanáticos obtusos que o vaiavam:

"Sou contra o ressurgimento do fascismo. E acredito nos direitos humanos. Prefiro estar num lugar em que o líder não acredita que a ditadura é uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do sul e foi feio".
Tem toda razão. Se os civilizados não virarem o jogo, o Brasil será um péssimo lugar para qualquer pessoa estar nos próximos anos. 

No meu tempo, quem ia em shows de rock detestava a repressão. Hoje, neles também são encontrados masoquistas enrustidos, ansiosos por serem tratados a pontapés, vivendo debaixo das botas de tiranetes medíocres. Lamentável.