Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

ONU: precisamos acabar com a violência de gênero ‘de uma vez por todas’

 Quinta, 03 Dezembro 2020 

Palco de um festival juvenil nas Ilhas Salomão com  forte mensagem: “CHEGA DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES E MENINAS”.
Palco de um festival juvenil nas Ilhas Salomão com  forte mensagem: “CHEGA DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES E MENINAS”.

Ao lembrar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres (25 de novembro), a Organização das Nações Unidas pediu aos governos em todo o mundo que redobrem os esforços e erradiquem a violência de gênero para sempre. Em sua mensagem para o dia, o secretário-geral António Guterres ressaltou a necessidade de priorizar a liderança das mulheres na busca de soluções e de engajar mais homens na luta.

“A comunidade global precisa ouvir as vozes e experiências de mulheres e meninas e levar em consideração suas necessidades, especialmente de sobreviventes e aquelas que enfrentam múltiplas formas de discriminação”, afirmou o secretário-geral.

Guterres reiterou o apelo feito em abril, quando pediu que a comunidade internacional trabalhe para acabar com a “assombrosa pandemia” da violência de gênero. “Reitero e relanço esse apelo”, afirmou.

O secretário-geral da ONU destacou que a ação para acabar com a violência contra as mulheres precisa de financiamento previsível e flexível para organizações de direitos das mulheres, que muitas vezes atuam como socorristas nos países ao redor do mundo.  “É fundamental que serviços de atendimento às vítimas sobreviventes permaneçam funcionando, com recursos e medidas adequadas para apoiar as respostas à saúde, à assistência social e à justiça”, acrescentou.

Ele mencionou também que tais medidas não devem focar apenas em intervenções após a violência contra a mulher já ter ocorrido, mas devem trabalhar para “prevenir em primeiro lugar que a violência ocorra”, inclusive por meio do enfrentamento de forças culturais e normas sociais, que criam desequilíbrio de poder.

A polícia e os sistemas judiciais também precisam se tornar mais responsáveis, para garantir que os criminosos não ajam impunemente. "Vamos redobrar nossos esforços para erradicar a violência de gênero para sempre", declarou Guterres.

COVID-19 - Embora a violência contra mulheres e meninas seja  um problema persistente e generalizado, ela só piorou com o surto da pandemia da COVID-19.  A violência doméstica, em particular, aumentou drasticamente, segundo a  ONU Mulheres. Mulheres e meninas também são desproporcionalmente afetadas pelo impacto socioeconômico causado pela pandemia, aumentando o risco de violência.

Nesse cenário, a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, escreveu aos líderes políticos de todo mundo e pediu que tomem  medidas tangíveis e expressem compromisso para acabar com a violência contra mulheres. “Apelo para que seu governo torne visível, no mais alto nível, o compromisso de abordar a violência contra mulheres e meninas no contexto da COVID-19”, disse a diretora.

Em Dezembro de 1999, a Assembleia Geral da ONU designou 25 de novembro o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, convidando governos, organizações internacionais e organizações não-governamentais a realizar atividades destinadas a conscientizar a população sobre o tema.

O dia também relembra o brutal assassinato, ocorrido em 1960, das três irmãs Mirabal, ativistas políticas da República Dominicana, executadas por ordem de Rafael Trujillo, ditador do país entre 1930 e 1961.