Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Mídia no país age contra o Brasil

Quinta, 1º de setembro de 2022

Mídia no país age contra o Brasil
Publicado em 01/09/2022

Antes da Revolução de Vargas e na contra revolução de 1932, poderíamos dizer que a imprensa no Brasil defendia os interesses da Inglaterra.

Após a II Grande Guerra e o domínio estadunidense, afirmávamos que as mídias brasileiras, já existiam redes de televisão, agiam em favor dos interesses geopolíticos e econômicos dos Estados Unidos da América (EUA). Hoje, com a internet e a revolução nas comunicações de massa, é evidente que as mídias no Brasil atuam contra o Estado Nacional e o Povo Brasileiro. É a mídia apátrida, como os capitais que lhes chegam dos paraísos fiscais.

Esta afirmação totalizante significa que o interesse nacional e o povo brasileiro têm mínima, quase inexistente, defesa nos veículos de comunicação. Esta coluna se coloca nesta exceção.

É muita ignorância dissociar a energia do desenvolvimento civilizatório. O domínio das fontes de energia e da tecnologia para produzi-la caracteriza o país desenvolvido. Tem sido o motivo de guerras e é quase o único nestes últimos 120 anos.

No Brasil, enquanto vigoraram as constituições de 1946 a 1988, o País teve o monopólio do petróleo, executado pela Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRÁS, empresa de economia mista. Porém, no período de Fernando Henrique Cardoso, o monopólio estatal foi desfeito, a Petrobrás teve suas ações vendidas na Bolsa de Nova Iorque, e daí veio o desmembrando e alienação dos ativos da Petrobrás. A tal ponto que, hoje, setembro/2022, não se pode, com propriedade técnica, classificar a Petrobrás como empresa de petróleo, pois estas são empresas integradas do poço produtor de óleo cru ao posto revendedor de derivados.

Jornais, programas de televisão, podcast e youtubes, no Rio de Janeiro e em São Paulo, sem exclusividade, pedem constantemente a privatização da Petrobrás. Por que tanto desconforto?

O Brasil, com a Emenda Constitucional n. 9, de 1995, abriu mão de ter seu controle integral, e a Petrobrás, com a Lei n. 9.478/97, ambas com Fernando Henrique Cardoso, perderam a exclusividade da ação para produzir, transformar, transportar e comercializar o petróleo no Brasil.

Desde então, qualquer empresa privada pode se candidatar a explorar e produzir petróleo, pode entrar com projeto nos órgãos competentes para construir uma refinaria, um terminal, uma rede de dutos, tal qual, ressalvadas as características, qualquer pessoa pede autorização para construir uma casa.

E por que então esta grita, acusações, ameaças para privatizar o que privatizado já está?

Por dois motivos principais. O primeiro econômico. Comprar barato, como Michel Temer e Jair Bolsonaro vendem, um ativo bem construído, sólido, é muito melhor do que se arriscar numa obra que certissimamente sairá muito mais onerosa do que os eventuais subornos aos responsáveis pelas decisões. O segundo é absorver a tecnologia da Petrobrás. Em 57 anos de existência, a Petrobrás tornou-se a empresa de petróleo com maior tecnologia de perfuração e produção em águas profundas e ultra profundas, em diversos tipos de processamento e na capacidade da gestão da empresa integrada de petróleo. Estas empresas pouco aprenderam, pois tinham as forças armadas de seus países, aplicando golpes de estado, para colocarem governantes dominados e antipatrióticos, abrindo-lhes as riquezas de suas nações ao saque estrangeiro.


É o que, com falsas e ferozes razões, a grande mídia no Brasil, propõe. Vade retro!