Sexta, 26 de outubro de 2012
Da CLDF |
Estimativa é de 40 mil epiléticos no DF
Portadores de epilepsia compareceram à comissão geral da Câmara
Legislativa, realizada na tarde desta quinta-feira (25), para
reivindicar que o GDF compre um aparelho para fazer o diagnóstico
necessário à realização de cirurgias para retirar o foco da síndrome. A
estimativa é de que o equipamento custe R$ 850 mil. Após os debates em
plenário, os deputados Wasny de Roure (PT) e Arlete Sampaio (PT),
idealizadores do evento, comprometeram-se a se procurar o Secretário de
Saúde para acompanhar o cronograma de aquisição do equipamento e as
ações de atendimento aos portadores da doença na rede pública.
De acordo com a associação que representa os epiléticos, a estimativa é
de que o Distrito Federal conte com 40 mil pessoas potencialmente
sujeitas a crises. Em seu pronunciamento, Wasny de Roure destacou que a
epilepsia é uma doença que aparece sem avisar e que estigmatiza as
pessoas. "Ela gera diversos transtornos sociais aos pacientes e
dificulta seu acesso ao mercado de trabalho. É preciso debater esse
assunto e encontrar soluções", argumentou o distrital.
Arlete
Sampaio observou que já foi aprovada uma lei de sua autoria (n°
3342/2004) que assegura que o Estado ofereça, gratuitamente, todos os
meios terapêuticos e a cirurgia de retirada do foco epilético. "Não
tenho conhecimento que essa lei tenha sido regulamentada. Vamos levar
esse debate ao Secretário de Saúde e assegurar esses direitos na rede
pública", afirmou Arlete.
Para a presidente da Associação dos
Portadores de Epilepsia do DF (APEDF), Rosa Maria Lucena, o GDF "está
mal lá fora e deixando a desejar", uma vez que outros estados oferecem o
exame necessário para a realização de cirurgias. "Esse exame custa
cerca de R$ 15 mil na rede privada. A cirurgia não sai por menos de R$
40 mil".
Já o neurocirurgião do Hospital de Base, Dr. Luis
Augusto Miranda Dias, ressaltou que a epilepsia é um problema de saúde
pública que atinge de 1 a 2% da população. "A cirurgia é indicada para
um terço dos pacientes, mas o exame de alta definição também auxilia o
médico a indicar a medicação correta a todos os portadores. São 14 anos
de luta na tentativa de se comprar esse aparelho", afirmou.
Representando o Secretário de Saúde, Rafael Barbosa, a diretora de
assistência de urgências e emergências, Marinice Cabral, justificou que a
compra do equipamento está condicionada a um programa mais amplo de
atendimento aos epiléticos, que inclui a disponibilidade e capacitação
de profissionais, manutenção e triagem dos pacientes. Já existe
orçamento para a compra do equipamento, no entanto, o processo de
aquisição sofre com problemas burocráticos de importação. "A Secretaria
tem total interesse em melhorar seu atendimento", afirmou a diretora.
Bruno Sodré - Coordenadoria de Comunicação Social