Terça, 30 de outubro de 2012
Iolando Lourenço e Ivan Richard
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
Apesar de comemorar o resultado do PT nas eleições
municipais, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), admitiu
hoje (29) que o julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão,
prejudicou o partido nessas eleições. Ele avaliou ainda que o resultado
do processo eleitoral no país mostrou equilíbrio de forças entre a base
do governo e a oposição.
“O resultado do PT nos reconforta porque demonstra um apoio e uma
vontade do povo brasileiro ou de uma parcela significativa da população
que quer o PT à frente da condução das políticas públicas no Brasil. É
obvio que o mensalão, da forma como foi conduzido e no período que houve
o debate e as discussões do julgamento, trouxe prejuízos ao PT. Seria
incoerente da nossa parte fazer uma avaliação de que o mensalão não
atrapalhou. Lógico que teve influência, mas não teve a influência que
alguns setores da sociedade queriam que ele tivesse”, disse Maia.
O PT foi o partido que recebeu o maior número de votos e o terceiro
em número de prefeitos eleitos no país. “O PT sai dessa eleição como
sendo o partido que recebeu mais votos. Elegeu bem os prefeitos nas
capitais, nos municípios com mais de 200 mil eleitores e cresceu em
pequenos municípios, uma dificuldade que o partido tinha”, declarou.
Para o presidente da Câmara, os partidos que compõem a base de
sustentação do governo federal e os de oposição conseguiram vitórias
importantes. “A oposição obteve vitórias importantes e não podemos
afirmar que a base do governo foi 100% vitoriosa. Este equilíbrio é
importante. O recado das urnas foi que a presidenta Dilma [Rousseff] e
os partidos aliados devem continuar administrando e tocando as obras e
projetos do país mas, ao mesmo tempo, é fundamental manter uma oposição
que continue expressando suas opiniões e fazendo o contraponto”,
ressaltou.
Sobre o crescimento significativo do PSB, Marco Maia amenizou o
desgaste provocado pelos embates regionais. Para ele, não há crise entre
o PSB e o PT. “Um partido que está crescendo, se fortalecendo, precisa
apresentar nomes à sociedade e foi isso que fez o PSB, e ganhou eleições
importantes. Lembro que essa estratégia vivida pelo PSB hoje é muito
semelhante ao que o PT teve há dez, 12 anos. A estratégia do governador
Eduardo Campos está certa, mas não vai causar impacto na relação com o
PT, muito menos na eleição de 2014.”