Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cirurgias adiadas, dignidade ultrajada, vidas desperdiçadas

Quinta, 6 de maio de 2010
Ontem, em postagem das 9h28, sob o título “Normalidade no Distrito Federal” comentei com ironia o estado de coisas vivido pelo Distrito Federal. A crise administrativa e política, a falta de ética de autoridades, a ilegitimidade da eleição indireta para governador-tampax. Tentando usar a ironia também falei sobre o caos a que chegou a saúde pública no DF.
Hoje, abro o Correio Braziliense e vejo na primeira página do Caderno Cidades uma excelente reportagem sobre o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). As jornalistas Helena Mader e Noelle Oliveira fazem um duro relato do caos que reina naquele que foi, há muito tempo, um dos melhores hospitais do Brasil.
Relatam as jornalistas do Correio que no HBDF não há sequer esparadrapo. Falta tudo, praticamente. Vale a pena ler a reportagem do Correio.
Enquanto cirurgias são adiadas e vidas desperdiçadas, o governo brinca de reunião, brinca de tomar providências para resolver o caos em Brasília. Simulam, governo e CLDF, que as coisas entraram na normalidade.
Só se normalidade para essa gente for a morte em hospitais por falta de agulhas, ataduras, sondas, cateter, coletor de urina, bisturi, luvas, fio de sutura.
Roberto Gurgel, procurador-geral da República, já disse algumas vezes que em Brasília está ocorrendo apenas uma simulação da normalidade. Gurgel é quem está pedindo ao STF (Supremo Tribunal Federal) a intervenção federal no Executivo e Legislativo do DF.
Mas o que mais falta mesmo em Brasília é vergonha e seriedade no trato da coisa pública.
Leia a reportagem do Correio Braziliense
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