Sexta, 2 de julho de 2010
Por Ivan de Carvalho

2. Não vai demorar muito e haverá patrulhas petistas acusando o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, Índio da Costa, de agente provocador, um rótulo que nos saudosos (para a esquerda) tempos do poder da propaganda soviética universalizada era às vezes aplicado a reais ou supostos “agentes da CIA” e quase sempre a democratas autênticos que não transigiam com a pregação e não se submetiam aos métodos totalitários dos adeptos do comunismo, hoje morto como doutrina, mas ainda moribundo, insepulto, como regime totalitário em alguns países – a exemplo da China continental, Coréia do Norte, Cuba, para ficar apenas nos três mais notórios, embora não únicos. Índio da Costa é um jovem advogado formado da acreditada Faculdade de Direito Cândido Mendes, com pós-graduação em Políticas Públicas pela UFRJ, autor de dois livros sobre gestão pública. Está em seu quarto mandato eleitoral, sendo somente o atual na área federal (Câmara dos Deputados, onde se notabilizou por ser o relator do projeto de lei Ficha Limpa, por sua destacada atuação na CPI dos Cartões Corporativos e por denúncias de corrupção no governo federal). Mas por que “agente provocador”? Simples. Ontem, enquanto o candidato a presidente José Serra debatia a convite da Confederação Nacional da Agricultura (Dilma Rousseff arranjou uma viagem para não comparecer e Marina Silva não foi alegando a ausência de Dilma). Índio da Costa estava numa das primeiras filas. E aproveitou o laptop que levara para por em seu twitter: “Lula diz que não me conhece, esqueceu que tentou barrar o ficha limpa, mas não conseguiu”. Agente provocador, dos mais legítimos, está aí.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta sexta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.