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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Justiça proíbe Votorantim Celulose de cultivar eucalipto no interior de São Paulo

Segunda, 11 de abril de 2011
Da Radioagência NP
A Justiça proibiu, por meio de uma liminar, o plantio e o corte de eucalipto dentro do território do município de Guaratinguetá, no interior do estado de São Paulo. Essas atividades só poderão ser executadas depois que forem realizados Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e audiências públicas prévias sobre cada empreendimento que realiza o cultivo dessa árvore.  A medida é resultado de uma ação civil pública proposta pela Defensoria Pública do estado, contra a empresa Votorantim Celulose e Papel (VCP) – conhecida como FIBRIA.

A Justiça proibiu o corte dentro da Fazenda Santa Rita V, de propriedade da VCP, por entender que ela desrespeita as normas ambientais.  O defensor público autor da ação, Wagner Giron, afirma que a ação foi movida depois que pequenos agricultores da região relataram impactos ambientais causados pela monocultura do eucalipto, como diminuição no abastecimento de água e contaminação.

“Essas contaminações coincidiram com a implantação do monocultivo em grande escala na vizinhança de seus sítios. Isso se deu por conta do contagio no lençol freático e fontes de água por metal pesado. Foi encontrado cádmio e também contaminação com elementos químicos inerentes ao manejo intenso de agrotóxicos nesses monocultivos.”

O defensor ainda lembra que a Votorantim possui mais de 6 mil hectares de terras recobertas da monocultura de eucalipto na região, o que representa 12% do território do município. Mas de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número não pode passar de 5%.

A ação também pede que o estado e o município fiscalizem o cumprimento da decisão. Além disso, devem suspender o licenciamento ambiental para a FIBRIA, até a realização do EIA/RIMA.

De São Paulo, da Radioagência NP, Danilo Augusto.