Quarta, 25 de maio de 2011
Google Imagem
Jean Wyllys (Psol-RJ) cobra coerência de Dilma
Logo após a
divulgação de que Dilma Rousseff determinou a suspensão da produção e
distribuição do kit anti-homofobia do Ministério da Educação o deputado
federal Jean Wyllys (Psol do Rio de Janeiro), ex-BBB, divulgou nota em que cobra da
presidente a defesa dos direitos humanos. Cedendo à pressão da bancada
religiosa no Congresso, Dilma determinou que o material não fosse mais
distribuído as seis mil escolas de ensino médio.
De acordo
com a nota de Jean Wyllys, a presidente, cobrada pelo apoio que recebeu da
bancada religiosa a sua eleição em 2010, cedeu, pagou com a medida tomada hoje.
Veja a
seguir a íntegra da nota de Jean Wyllys:
A
pergunta que fica à presidenta Dilma, após sua decisão de suspender o kit
anti-homofobia que estava sendo elaborado pelo Ministério da Educação para
distribuição nas escolas, é apenas uma: onde está a "defesa intransigente
dos Direitos Humanos" que a senhora prometeu quando levou sua mensagem ao
Congresso?
Não basta
ser sensível à violação de Direitos Humanos em terras estrangeiras, essa
proteção precisa ser feita, antes, aqui.
Os
representantes do fundamentalismo religioso no Congresso decidiram apresentar,
à presidenta, a conta do "apoio" dado na última eleição. O preço por
terem "barrado" a campanha subterrânea de difamação à então candidata
é a suspensão do Escola Sem Homofobia. E Dilma pagou!
A
presidenta é inteligente e sabe que os assassinatos brutais de homossexuais,
que chegam a mais de 200 por ano, estão diretamente ligados aos discursos de
ódio. A comunidade LGBT e pessoas de bom senso esperavam da presidenta, um
pouco mais de sensibilidade a esses dados, além de um mínimo de espírito republicano
e vontade de proteger a TODOS e TODAS.
Apesar
das inúmeras informações corretas sobre o kit anti-homofobia divulgadas
inclusive por mim, há quem insista em mentiras e equívocos. Tirando as pessoas
que falam sem conhecimento de causa, baseadas em preconceitos gerados pela
desinformação, o que resta é má fé e cinismo.
A
presidenta Dilma sentiu na pele, o que é ser difamada e insultada por discursos
de ódio, alimentados por interesses espúrios. Tenho esperança de que a
presidenta volte atrás, afinal, votei nela porque acreditava que só uma mulher
poderia estender a cidadania aos LGBTs e mulheres em geral.
Se a presidenta optar por ceder à chantagem - não
há outro nome - dos inimigos da cidadania plena fazendo de seu mandato um
lamentável estelionato eleitoral, só me resta esperar que, na próxima eleição,
os LGBTs e pessoas de bom senso despertem sua consciência política e lhe
apresentem também sua fatura: não voto!