Segunda, 30 de maio de 2011
Apesar de decreto, de 2005, que prevê apuração de suspeitas
de enriquecimento ilícito de agentes públicos, Corregedoria-Geral da
União argumenta que Palocci era membro do Legislativo quando patrimônio
aumentou
Marta Salomon, de O Estado de S. Paulo
Duas semanas depois de revelada a vultosa
evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, o
que gerou suspeitas sobre tráfico de influência, a Controladoria-Geral
da União (CGU) se recusa a abrir sindicância para avaliar o caso, apesar
de decreto presidencial vigente determinar a investigação a partir de
notícia ou de indícios de enriquecimento ilícito e evolução patrimonial
incompatível de agentes públicos.
Para não investigar o caso, a CGU alega que Palocci não era "agente público" na época em que recebeu os pagamentos feitos à empresa Projeto Consultoria Financeira e Econômica Ltda., que prestou serviços de consultoria a bancos, montadoras e indústrias. A consultoria foi aberta em 2006 e em 2010 Palocci mudou o objeto social da empresa, que se transformou em administradora de imóveis. A maior parte dos rendimentos, porém, ocorreu no final de 2010, período em que o ministro adquiriu um apartamento de luxo avaliado em R$ 6,6 milhões.