Terça, 3 de abril de 2011
Por Ivan de Carvalho

Este código
só foi descoberto depois do advento dos computadores, pois sem esta ferramenta
não seria possível sequer identificá-lo, muito menos decifrá-lo. Terá sido por
isto, talvez, que fracassaram os esforços feitos antes por algumas pessoas,
entre elas pessoas muito qualificadas, inclusive o maior cientista do século
XIX, Isaac Newton.
Sir Isaac
Newton deixou cadernos em que tentava decifrar um suposto código secreto na
Bíblia. Dedicou a essa busca boa parte do seu tempo. Mas, obviamente, não teve
êxito, pois lhe faltava o instrumento indispensável, o computador, com um software
especial (posto por seu criador à disposição, gratuitamente, dos cientistas que
queiram pesquisar o assunto) que permitiu capturar o sistema do código e
decodificá-lo. O autor dos dois livros citados declara a convicção, para a qual
encontra confirmação no próprio código, de que a codificação foi feita por
computador e de modo a só poder ser decifrada em nossa época, quando este
instrumento estaria disponível – não antes.
Independente
do Código da Bíblia, no entanto, quem ler com atenção o livro do Apocalipse, o
último da Bíblia cristã, vai encontrar uma referência a ato destrutivo em uma
grande cidade, também chamada de Grande Babilônia. A descrição do conjunto dos
fatos – tanto do incidente quanto da conjuntura que a ele se seguiu por algumas
semanas, pelo menos – sugere com grande força tratar-se do atentado contra o
World Trade Center, evidentemente sem que tal nome seja citado. E se mais se
quiser, em matéria de profecia ou previsão, a respeito da destruição das Torres
Gêmeas, se encontrará com espantosa clareza nas Centúrias de Nostradamus.
Bem, o Código
da Bíblia chega a referir, de passagem, a reação geral à morte de Osama Bin
Laden, mas, pelo menos até onde foi investigado e relatado em The Bible Code II
(com o título em português O Código
da Bíblia II) não indica a festa que houve nos Estados Unidos.
Que um
sentimento de alívio ou até, como o presidente Barack Obama mencionou, no
sentido de que foi feita “justiça”, atingisse os americanos feridos pela
inumana agressão perpetrada sob as ordens de Osama Bin Laden em setembro de
2001, consegue-se compreender.
O que a mim
entristeceu, no entanto, foi a alegria, o espírito festivo, quase carnavalesco,
com que grande parte da população norte-americana comemorou a morte de alguém,
ainda que haja considerado tratar-se de uma espécie de execução de um grande
criminoso. Na morte do mais famoso terrorista do mundo, o que me deixou triste
foi a alegria com que tantos a celebraram.
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Este artigo
foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta terça.
Ivan de
Carvalho é jornalista baiano.