Segunda, 2 de janeiro de 2012
Mané Garrincha recebe 13% a mais de verba do que a Saúde e 39% a mais do que a Educação.
Confira em que o seu distrital colocou o dinheiro que você paga em IPTU, IPVA, ISS e ICMS
Por Chico Sant’Anna, também publicado na Brasília 247
O orçamento do governo do Distrito Federal para 2012 já está
oficializado e deve ser publicado no Diário Oficial do DF da primeira
semana do ano. De acordo com Lei Orçamentária Anual (LOA), em 2012, o
GDF poderá investir cerca de R$ 28,5 bilhões. São R$ 16,85 bilhões do orçamento próprio, mais R$ 10 bilhões do Fundo Constitucional do DF (FCDF),
verba repassada para a União, além de R$ 1,6 bilhão de recursos das
empresas estatais. O recurso teve acréscimo de 7% em relação ao
orçamento em 2011. As obras voltadas à realização da Copa do Mundo
aparecem como prioridade dos gastos públicos. muito além das prioridades
sociais
Pela LOA aprovada para 2012, o Estádio Nacional de Brasília - que eu insisto em chamar de Mané Garrincha – deve ser o campeão de sorver dinheiro público. Estão previstos cerca de R$ 500 milhões do orçamento, enquanto que a previsão de gastos com a Saúde é de R$ 443 milhões e com a Educação de R$ 359 milhões.
A Segurança Pública deve receber R$ 594 milhões. Mas parte destes
recursos será aplicada no programa de combate à violência na região do
Entorno e na preparação dos policiais para a Copa do Mundo. Para o
transporte público, estão previstos R$ 189 milhões, com prioridade para o
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e do Veículo Leve sobre Pneus (VLP).
Desta maneira, o Mané Garrincha receberá 13% a mais
de verba do que a Saúde e 39% a mais do que a Educação. Assim, em sua
fórmula de repartição do dinheiro público, Agnelo, com apoio dos
deputados distritais, prioriza as obras do Estádio e preparativos para a
Copa em detrimento de melhorias nas áreas sociais. Foi de Agnelo a
decisão de manter a construção de um estádio para 70 mil pessoas,
enquanto que todas as outras sedes possuem equipamentos para 40 mil
espectadores, em média.
Emendas parlamentares
Os 24 Deputados Distritais também tiveram a possibilidade de
interferir no orçamento do ano que começa. Por meio de emendas – um
máximo de R$ 12 milhões por parlamentar, fracionado em até 48 emendas –
eles carimbaram o destino de R$ 288 milhões.
A maioria das emendas é para o custeio de festas, torneios
desportivos, eventos comemorativos. Atividades que turbinam a imagem
parlamentar, promovem visibilidade e facilitam as futuras campanhas
eleitorais.
O blog Política DF em Números fez um levantamento
das emendas, parlamentar por parlamentar. Para conferir em que o seu
parlamentar aplicou as verbas públicas, quais cidades satélites foram
beneficiadas, clique aqui. Também o movimento Adote Um Distrital criou uma ferramenta de controle social das emendas e das respectivas execuções. Para conhecê-la, clique aqui.