Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 7 de março de 2012

O dever de cada professor e professora amanhã, dia 8

Quarta, 7 de março de 2012
Por Washington Dourado*
Penso que amanhã, dia 8, todos os professores e professoras, independente da posição que ocupa na Secretaria de Educação, tem o dever moral de participar da Assembléia que definirá o futuro da nossa luta coletiva. Falo o dever moral por uma razão simples: se a opção for pela greve, o resultado dela beneficiará a cada um que faz parte da Carreira do Magistério Público, portanto, para mim, é imoral um integrante desta carreira inventar qualquer desculpa para boicotar a nossa luta coletiva se depois vai usufruir do resultado, já que até hoje não há na história nossa um único caso de quem boicotou a luta, ajudou o Governo, e depois abriu mão do resultado positivo.

A obrigação de participar da Assembleia manhã é um dever moral sim. Como também é um dever de cada um votar de acordo com sua consciência pela greve ou não. Como também é um dever acatar o resultado aprovado pela maioria.

A partir de amanhã, caso a intransigência do Governo continue e a greve seja iniciada, não haverá mais possibilidade de ficar em cima do muro. Cada professor ou professora terá que fazer uma escolha: ou ficará do lado do Governo, boicotando a nossa luta coletiva; ou ficará do lado da categoria, participando da luta.

A partir de amanhã, caso a greve seja aprovada, não haverá esse de professor ou professora ficar dentro de sala de aula ou exercendo outras atividades dizendo que não está parado mas “apoia” o movimento. Esse é uma forma de ajudar o Governo, não a sua própria categoria.

A partir de amanhã, caso a greve seja aprovada, não aceitaremos mais as desculpas para não se fazer a luta coletiva. Não será legítimo os argumentos dos “fura-greve” de que não a faz porque o sindicato é isso ou aquilo, erro nisso ou naquilo. Se houve erro por parte do sindicato, erro maior foi o do Governo, que fez um acordo e não cumpriu, que não priorizou a Educação, que não resolveu os problemas de gestão, que não nomeou novos professores, que não aumentou os investimentos nas escolas, que não apresentou proposta concreta de valorização da categoria durante todo este período. Então, nenhum erro cometido por nós será maior que o conjunto de erros cometidos pelo Governo, que nos prejudicarão ao longo da nossa carreira. Logo, não fazer a greve é ajudar o Governo, não a categoria.

Amanhã, dia 8, o dever moral de cada professor, professora, orientador e orientadora, independente de filiado ou não ao sindicato, independente de estar ou não em sala de aula, é participar da Assembléia e votar pelo encaminhamento que achar mais correto. Depois, já no dia 9, será obrigação moral acatar o que se decidiu no dia anterior!

Por fim, desejo boa sorte a todos e todas. Tenho certeza de que nossa luta será vitoriosa e contem com minha fidelidade aos objetivos coletivos da categoria. Esta provavelmente será a minha última luta que participarei na condição de dirigente do Sinpro, mas farei tudo com a mesma dedicação e compromisso que fiz a primeira, ainda em 2002. E que no final possamos comemorar juntos a quebra da intransigência de mais um Governo, como foi em toda a nossa história.

*Diretor do Sinpro-DF e editor do "Blog do Washington Dourado"