Quinta, 20 de setembro de 2012
Como a História nos mostra, poder e crise são
categorias companheiras. Quando as sociedades se poupam de crises, privam-se de
dinamismo e se arrastam em pausas sonolentas. O confronto político, por mais
irritante seja, é necessário à vida, e evita os conflitos sangrentos.
A corrupção dos poderosos – e
não do poder, em sua natureza abstrata – é infecção quase endêmica e associada ao
surgimento da propriedade privada sobre os bens comuns. Ter mais é ter mais,
seja de que forma for. Para fazer frente a isso, os homens criaram o Estado, em
sua origem e fim destinado a assegurar o mínimo de justiça e encarnar a
solidariedade da espécie. Mas o Estado é também assaltado, o que exige a
vigilância e a resistência dos cidadãos. E, em nome da moralidade do Estado sempre
se instalam as ditaduras sangrentas (e igualmente corruptoras e corrompidas).
Não precisamos nacionalizar essa constatação.