Segunda, 19 de maio de 2014
Alberto Youssef arrecadou recursos com prefeituras e governos para agência de viagens Marsans Brasil, controlada por ele desde 2010
Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Revista Veja
O doleiro Alberto Youssef
(Folhapress)
Fundos de previdência de servidores públicos devem zelar pela
segurança do investimento dos funcionários, considerando também as
melhores condições de rentabilidade. Mas quando essas entidades são
loteadas por indicados políticos em administrações municipais e
estaduais, nem sempre o servidor fica em primeiro lugar, como mostra o
passado recente de captação de recursos da Marsans Brasil. Apesar das
graves dificuldades financeiras que a empresa enfrenta, pelo menos sete
fundos de previdência de funcionários públicos injetaram dinheiro de
aposentados na agência de viagens. A operadora de turismo foi fundada em
1973 no país e é controlada pelo doleiro Alberto Youssef desde meados
de 2010. Desde março, Youssef passou a ser conhecido também como um dos
pivôs do esquema de lavagem de 10 bilhões de reais, investigado pela
Polícia Federal na operação Lava-Jato.
Documentos obtidos pelo site de VEJA revelam agora que entre 2012 e
2013 – ou seja, sob o controle de Youssef – a Marsans Brasil conseguiu
angariar cerca de 23 milhões de reais de fundos de previdência dedicados
a garantir pensões de servidores aposentados. Só o Instituto de Gestão
Previdenciária do estado do Tocantins aplicou 12 milhões de reais na
empreitada. Também tornaram-se investidores na empresa do doleiro
os fundos municipais de previdência de Cuiabá (MT), que desembolsou 3,4
milhões de reais; e Paranaguá (PR), que gastou 2 milhões de reais. No
Nordeste, o fundo de Amontada (CE) gastou cerca de 1,6 milhão de reais e
o de Petrolina (PE) desembolsou 980.000 reais. Hortolândia e Holambra,
duas cidades do interior paulista, aplicaram respectivamente 1,5 milhão
de reais e 980.000 reais para virar sócias de Youssef.
Leia a íntegra em:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/fundos-de-pensao-de-servidores-publicos-aplicaram-r-23-milhoes-em-empresa-de-youssef