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(Millôr Fernandes)

sábado, 21 de fevereiro de 2015

No Mato Grosso: José Riva, ex-presidente da Assembleia Legislativa, é preso pelo GAECO a pedido do MPE

Sábado, 21 de fevereiro de 2015 
José Riva é acusado de liderar esquema que desviou mais de R$ 60 milhões da AL
Denúncia envolve mais 15 pessoas, entre elas sua esposa, Janete Riva. O ex-deputado foi preso pelo GAECO na tarde deste sábado e está no Centro de Custódia, em Cuiabá.

Fonte: Blog do Sombra // Portal CircuitoMatoGrosso - 21/02/2015

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Além dele, também foram denunciados a sua esposa, Janete Riva, e outras 14 pessoas.
 
O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva (PSD) foi preso no inicio da tarde deste sábado (21) em sua casa, no bairro Santa Rosa. em Cuiabá. A prisão preventiva foi decretada pela juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado e efetuada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
 
A prisão é resultado da “Operação Imperador”, que investiga desvio de dinheiro público por meio licitações e pagamentos fraudulentos.
 
De acordo com o Gaeco, os fatos que culminaram na prisão do ex-parlamentar constam em denúncia criminal oferecida nesta semana ao Poder Judiciário. Além dele, também foram denunciados Janete Riva e outras 14 pessoas. A prisão preventiva do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso foi decretada pela Vara Especializada Contra o Crime Organizado. O grupo responde por crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
 
Riva foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito e após para o Centro de Ressocialização de Cuiabá.
 
Prisões e vida política
Esta já é a segunda prisão de José Riva. Em maio de 2014, ele foi preso pela Polícia Federal durante a quinta fase da operação Ararath, por suposto envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro. Ele passou três dias no Complexo da Papuda, em Brasília, e depois foi solto.
 
O ex-deputado responde mais de 100 processsos por improbidade administrativa e já tem quatro condenações colegiadas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o que acabou impedindo a sua candidatura ao governo do estado no ano passado. Sua candidatura foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei 'Ficha Limpa', por ter sido condenado por improbidade administrativa.
 
Neste mês, o próprio tribunal determinou que Riva passe a responder por 22 ações penais nas quais é réu na primeira instância. A determinação foi por conta da perda do foro do ex-deputado. Os processos foram enviados para a Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado, Ordem Tributária, Econômica e contra a Administração Pública.
 
Riva teve 20 anos de mandatos consecutivos, durante a trajetória na Casa de Leis, ele revezou os cargos de presidente, vice-presidente e primeiro-secretário. Após a longa carreira política, que se findou em janeiro, o social democrata afirmou que iria se dedicar a tocar suas empresas, deixando a vida pública.
 
O Grupo Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) desvendou mais um esquema de desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O ex-deputado Jose Riva (PSD), que deteve mandato por 20 anos, chegando a ocupar os cargos de secretário e presidente do parlamento, é apontado como líder da organização que teria desviado mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos com falsas aquisições envolvendo cinco empresas do ramo de papelaria, todas de “fachada”. 
 
Para se ter uma ideia, em apenas um ano essas empresas venderam mais de 30 mil toners à Assembleia Legislativa que, na época dos fatos, contava com apenas 150 impressoras.
 
A prática reiterada e a gravidade dos crimes praticados foram os principais argumentos apresentados pelo Gaeco para garantir a prisão preventiva do ex-parlamentar, cujo mandado foi cumprido neste sábado. 
 
A ação civil proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE MT), também apontou o envolvimento da ex-secretária estadual de cultura, Janete Riva (esposa do deputado José Riva), servidores públicos e empresários. São eles: Djalma Ermenegildo, Edson José Menezes, Manoel Theodoro dos Santos, Djan da Luz Clivatti, Elias Abrão Nassarden Junior, Jean Carlo Leite Nassarden, Leonardo Maia Pinheiro, Elias Abrão Nassarden, Tarcila Maria da Silva Guedes, Clarice Pereira Leite Nassarden, Celi Izabel de Jesus, Luzimar Ribeiro Borges e Jeanny Laura Leite Nassarden.
 
Consta na denúncia, que a organização criminosa fraudou, nos últimos anos, a execução de contratos licitatórios na modalidade carta convite, pregão presencial e concorrência pública, visando a aquisição simulada de material de expediente, de consumo e artigos de informática. Durante as investigações, foi constatado que os materiais adquiridos não foram entregues, embora servidores tenham atestado as notas de recebimento e a Assembleia Legislativa tenha efetuado os pagamentos.
 
As cinco empresas envolvidas no esquema são: Livropel Comércio e Representações e Serviços Ltda, Hexa Comércio e Serviços de Informática Ltda, Amplo Comércio de Serviços e Representações Ltda, Real Comércio e Serviços Ltda-ME e Servag Representações e Serviços Ltda.
 
“Na boca do caixa”
Informações obtidas por meio de quebras de sigilo bancário e interceptações, todas autorizadas pelo Poder Judiciário, entre outras diligências, comprovam que aproximadamente 80% do dinheiro desviado foi sacado na boca do caixa e repassado ao ex-deputado, que na época dos fatos era o primeiro secretário do Parlamento Estadual. Na ocasião, o cargo de secretária de Patrimônio era ocupado por Janete Riva.
 
“O dinheiro desviado por intermédio do estratagema apresentado transitava nas contas bancárias das pessoas jurídicas “fornecedoras” do material apenas para ocultar o seu retorno para as mãos de José Geraldo Riva, o que se fazia por intermédio do falecido Ademar Adams. Tanto é que 80% do montante depositado pelo Poder Público nas contas das empresas sob escusa de pagamento por produtos e serviços supostamente executados/entregados, foi sacado na boca do caixa”, diz um trecho da denúncia.
 
Prisão
O ex-parlamentar foi preso neste sábado, por volta das 14h, em sua residência e não apresentou resistência. A operação contou com a participação de 10 homens e quatro viaturas. O Gaeco é formado atualmente pelo Ministério Público Estadual, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar.
 
Conforme a denúncia, José Geraldo Riva responderá pelos crimes de formação de quadrilha e 26 peculatos, em concurso material.