Sábado, 11 de junho de 2016
Do MPT Notícias
A empresa está proibida fazer apalpações, desnudamento e levantamentos de roupa e pagará ainda R$ 2 milhões por dano moral coletivo.
                        
Brasília - A 2ª Turma do Tribunal 
Regional do Trabalho de Brasília manteve a condenação da  SBF Comércio 
de Produtos Esportivos Ltda, dona das Lojas Centauro,  por realizar 
revista íntima nos empregados.  A empresa está proibida fazer 
apalpações, desnudamento e levantamentos de roupa e pagará ainda R$ 2 
milhões por dano moral coletivo.
Na decisão, a  2ª Turma entendeu que, pelo menos em Minas Gerais e São 
Paulo houve o desnudamento de empregados, o que extrapola qualquer 
direito do empregador de fiscalização. Segundo o desembargador relator 
João Amílcar Silva e Souza, há “nítida violação à dignidade pessoal e 
profissional obreira pelo constrangimento posto e condição vexatória 
exposta”.
Para o procurador Valdir Pereira da Silva, do Ministério Público do 
Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF) a conduta é reiterada, grave e 
constrangedora. Ele explica que em ações individuais transitadas em 
julgado a empresa já foi condenada pelos mesmos motivos e que os 
pertences são extensão da esfera íntima do trabalhador.  “Conforme as 
provas colhidas, os empregados são revistados na frente de clientes, 
causando graves constrangimentos e violando a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem do trabalhador”. 
Casos ainda mais graves foram constatados durante investigação, 
comprovando que algumas lojas chegavam a obrigar o trabalhador a tirar a
 roupa, antes de encerrar o dia. Segundo o procurador, a confiança é a 
base do contrato de trabalho e existem métodos mais eficazes para 
proteção do patrimônio, como alarmes sensoriais, controle de estoque, 
câmeras de segurança, entre outros. 
Na decisão, também foi determinada  multa diária de R$ 10 mil, acrescida
 de R$ 1 mil por trabalhador lesado, caso a obrigação seja descumprida. A
 procuradora regional do Trabalho Soraya Tabet Souto Maior foi a 
responsável pelo Recurso de Revista interposto pelo MPT.
==========
O MPT tenta obter dos proprietários das fazendas o pagamento das rescisões de contrato
Salvador - Ao todo, a Operação Café
 Amargo, coordenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), esteve em
 oito municípios da região – Itambé, Barra do Choça, Encruzilhada, 
Cândido Sales, Guanambi, Jacaraci e Malhada – para verificar denúncias e
 inspecionar propriedades que estão sendo alvo de inquéritos no MPT. A 
equipe deve voltar a se reunir para nova operação de fiscalização na 
mesma área assim que a colheita de café – principal produto agrícola do 
local – se intensificar. 
O procurador do trabalho Ilan Fonseca, coordenador da força-tarefa, 
explicou em coletiva de imprensa realizada a sede do MPT do município de
 Vitória da Conquista na tarde da quarta-feira (8), que as fazendas 
inspecionadas são investigadas em situações que envolvem exposição dos 
trabalhadores contratados para o período de colheita a condições 
degradantes de alojamento, a falta de medidas de proteção à saúde e à 
segurança dos lavradores e até mesmo a casos de trabalho infantil. 
O procurador informou que as indenizações calculadas pelos danos morais 
coletivos chegam a R$ 1,2 milhão, além dos R$ 110 mil calculados para 
custear as rescisões de contrato de trabalho dos sete resgatados. Ele 
declarou ainda que novas ações de campo serão realizadas em breve. 
“Estamos atentos a qualquer violação da lei trabalhista e vamos 
verificar in loco as denúncias que chegarem ao MPT, pessoalmente, pelo 
site www.prt5.mpt.mp.br ou ainda pelo Whatsapp da Ceotrae – (071) 99905-5969”, afirmou. 
A força-tarefa contou ainda com a participação do Ministério do Trabalho
 e Previdência Social (MTPS), com os auditores-fiscais do trabalho 
Jackson Brandão e Larissa Jorge; com a Comissão Estadual de Erradicação 
do Trabalho Escravo (Coetrae), através de seu presidente o assessor da 
secretaria estadual da Justiça Social Admar Fontes, da Polícia 
Rodoviária Federal e da Polícia Federal. Os sete trabalhadores 
resgatados foram encaminhados para suas cidades de origem e tiveram as 
guias para solicitação de seguro-desemprego expedidas.
O MPT tenta obter dos proprietários das fazendas o 
pagamento das rescisões de contrato. Um fazendeiro chegou a ser preso no
 município de Itambé e liberado após prestar depoimento. Na fazenda 
dele, cinco trabalhadores foram resgatados após terem sido encontrados 
em alojados em um curral sem as mínimas condições de higiene. Todas as 
irregularidades encontradas são listadas num relatório que vai subsidiar
 inquéritos no MPT.
