Sábado, 13 de agosto de 2016
Camila Boehm – da Agência Brasil
Na noite dos ataques, no dia 13 de agosto de 2015,
18 pessoas foram assassinadas – 15 em Osasco e três em Barueri. Uma
menina de 15 anos, que foi atingida, morreu em 27 de agosto, após ficar
internada em estado grave no Hospital Regional de Osasco, com um
ferimento abdominal. Mais seis pessoas ficaram feridas.
Entre as
hipóteses para os crimes está a vingança pelas mortes do policial
militar Ademilson Pereira de Oliveira, em 7 de agosto, em Osasco, e de
um guarda-civil, no dia 12 de agosto, em Barueri.
Passados quatro
dias da chacina, o então secretário estadual de Segurança Pública,
Alexandre de Moraes, afirmou que, pelo menos, dez pessoas teriam
participado dos crimes. Segundo o secretário, as primeiras investigações
identificaram três grupos responsáveis pelos ataques.
“São, no mínimo, 10 criminosos envolvidos.
As imagens apontam que havia quatro pessoas no [carro] Peugeot e mais
duas em uma motocicleta, em Osasco”, disse Moraes na ocasião, e que hoje
comanda o Ministério da Justiça.
Um ano depois, apenas quatro pessoas estão presas e respondem a processo.
“É
um crime de dificílima apuração atualmente. Primeiro, são praticados,
em tese, por profissionais que lidam com o crime e conhecem os métodos
de investigação. E, conhecendo os métodos de investigação, atuam de modo
a não utilizar mecanismos que os incriminem”, disse o promotor Marcelo
Oliveira.
Início das investigações
A
Corregedoria da Polícia Militar e o Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP) abriram inquérito para apurar os crimes, que
foram concluídos em dezembro do ano passado, e encaminhados ao
Ministério Público do estado (MP-SP).
O inquérito identificou
oito suspeitos – sete policias militares e um guarda-civil. No entanto,
o Ministério Público denunciou quatro deles devido à falta de indícios
sobre a participação dos demais suspeitos. “Havia outros indiciados,
outros suspeitos, mas os promotores que ofereceram a denúncia julgaram,
na época, que havia elementos apenas contra esses quatro que estão sendo
acusados atualmente”, disse o promotor do caso na Justiça, Marcelo
Oliveira.
No ano passado, os sete policiais e o guarda-civil
foram presos pela suspeita de envolvimento nos crimes. A Justiça
Militar, porém, revogou a prisão
de quatro policiais militares, em 12 de fevereiro deste ano. Eles
continuam trabalhando na corporação até hoje, cumprindo expediente
administrativo, segundo nota da Secretaria de Segurança Pública.
A secretaria afirmou ainda, em nota, que os sete policiais respondem atualmente a processo de demissão na Polícia Militar.