Quarta, 21 de dezembro de 2016
Da Abrasco
O site Rede Brasil Atual publicou nesta terça, dia 20/12, reportagem ressaltando as posturas da Abrasco e do Idec sobre o Plano Popular de Saúde.
Confira reportagem na íntegra:
São Paulo – Gestores e especialistas em saúde não acreditam no
sucesso do chamado Plano de Saúde Popular que está em estudo pelo
governo Temer. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e a Associação
Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) prometem mover ações judiciais
contra o governo de Michel Temer caso ele autorize a venda dos planos.
Segundo o Idec, o Plano de Saúde Popular tornaria pior a cobertura
mínima atual exigida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
“O valor de um plano de saúde de 80 reais sequer a consulta médica deve
ser paga. Então, ele vai ser afetado certamente no volume de consultas,
no tempo de espera para uma consulta, para um exame ou cirurgia,
inclusive, emergencial”, afirma a coordenadora do Idec, Elici Bueno, em
entrevista à repórter Vanessa Nakasato, da TVT.
Na semana passada o grupo de trabalho – formado pelo Ministério da
Saúde e entidades ligadas às operadoras de planos de saúde – entregou
para a pasta as propostas para a criação do plano popular.
O plano permite que os procedimentos básicos e obrigatórios não sejam
oferecidos aos clientes e autoriza a criação de contratos com
coparticipação – modelo em que o usuário, além da mensalidade, paga
parte das despesas da operadora com consultas e exames. Além disso, o
adiamento de cirurgias programadas mudou de 21 dias para 45 dias e o
prazo para a marcação de consulta com médicos especialistas será
ampliado de 14 para 30 dias.
O argumento do ministro da saúde, Ricardo Barros, é de que o Plano de
Saúde Popular desafogaria o SUS, que sofre com a falta de recursos. A
secretária de Saúde de São Bernardo do Campo, Odete Gialdi, rebate e diz
que a população continuará precisando da saúde pública, já que o plano
proposto não cobrirá tratamentos caros e complexos.
“Vai provocar um acesso desigual, as pessoas vão chegar no sistema
querendo entrar por uma outra porta. Esse projeto vai impactar o sistema
público de saúde naquilo que é mais caro, que é a média e alta
complexidade e o serviço de urgência”, diz a secretária.
As especialistas afirmam que as únicas a serem beneficiadas pelo
plano de saúde do governo serão as operadoras, que já movimentam 125
bilhões de reais por ano e são beneficiadas por isenções tributárias,
mas perderam ultimamente dois milhões de clientes. “Nós vamos ter mais
um projeto que não resolve o acesso, não produz mais saúde e não ajuda a
resolver os problemas de saúde da população brasileira.”
Assista o vídeo: