Domingo, 17 de dezembro de 2017
A pedido da prefeitura e do Ministério Público, juiz proibiu evento e autorizou uso de força policial contra os artistas

Em ofício enviado ao MP na sexta-feira (15/12), o prefeito Orlando Morando afirmou que o evento não tinha “qualquer tipo de autorização da prefeitura” e se dizia preocupado “com a realização deste tipo de evento em funçao de chamar muita atenção, podendo inclusive promover descontrole entre os usuários do local”.
Atendendo ao pedido do prefeito, a promotora de justiça Regina Célia Damasceno entrou no mesmo dia com uma ação civil pública pedindo a suspensão do show. No dia do show, o juiz Gustavo Dall’Olio, acolheu a ação do MP e deferiu liminar (decisão provisória) para a suspensão do evento no Jardim Calux, proibindo os organizadores, promotores, grupos e artistas de divulgarem, estimularem, fomentarem ou, de qualquer modo, participarem dele. Veja a íntegra do processo.
O juiz entendeu que o evento não cumpria os requisitos legais, inclusive a autorização do Corpo de Bombeiros, e que por isso a realização do show colocaria em risco a vida de pessoas, inclusive de crianças e idosos, caso acontecesse alguma emergência decorrente de tumulto.
Na sua decisão, Dall’Olio ainda autorizou a força policial e a atuação dos órgãos de trânsito para impedir o acesso de estruturas e equipamentos de sons e iluminação ao local. Em caso de descumprimento, cada um dos réus seria obrigado a pagar uma multa de R$ 70.000,00.
Na nota assinada por Afro-X, o rapper afirma que não houve nenhuma justificativa técnica para o cancelamento. Segundo ele, os organizadores teriam realizado todo trâmite burocrático dentro do prazo determinado que foi estabelecido. A entrega do documento de autorização teria acontecido em 22 de novembro, com protocolos em todas as secretarias necessárias e também com as assinaturas de moradores da rua em que o evento aconteceria.
“Encaramos como perseguição, haja visto que o prefeito e as secretarias não deram nenhuma resposta cabível e também tiraram o direito da cultura, lazer e cidadania”, afirma a nota de repúdio.