Sábado, 9 de dezembro de 2017

Do SindSaúde
Por Lurian Leles // Imagens: Peter Neylon
Por Lurian Leles // Imagens: Peter Neylon
Ingerência do Estado prejudica
pacientes que não puderam operar; para Marli Rodrigues, falha de
organização é ‘inaceitável’ no âmbito da saúde
O governo deu mais uma amostra de incompetência ao cancelar vinte e
quatro cirurgias Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), na quarta (6) e
quinta-feira (7), por falta de lençóis e aventais que não puderam ser
higienizados. Procedimentos em especialidades como urologia,
oftalmologia e retirada de tumores deixaram de ser feitos.
O problema foi causado pela falta de um produto necessário para lavar
as roupas, que teria sido comprado, mas não entregue a tempo. “A Saúde é
um segmento totalmente a parte, que não deve admitir falhas. Um
planejamento rigoroso é imperativo na árdua tarefa de salvar vidas,
cancelar cirurgias por simples falha de organização do governo com seus
fornecedores é inaceitável”, opina a presidente do SindSaúde, Marli
Rodrigues.
“Por que esse material de higiene não foi comprado de forma
fracionada, com intuito de sempre se ter uma reserva? E por que não
pegaram roupas emprestadas na rede, em vez de cancelar as cirurgias? Se
algo assim ocorrer novamente, vão fechar também as emergências?”,
questiona a presidente. “Um Hospital não pode parar de funcionar por
motivo tão simples de se resolver”, completa.
São necessários ao menos quatro produtos para higienização das roupas
— umectante, sabão, alvejante, amaciante e acidulante —, com preço
médio de R$200 cada. “Recursos do PDPAS (Programa de Descentralização
Progressiva das Ações de Saúde) podem ser facilmente aplicados em casos
assim. É um custo tão mínimo aos cofres públicos mas que para o GDF deve
valer mais que a vida”, lamenta Marli.
Leitos subutilizados - Além disso, dois leitos de cirurgia eletiva na
UTI não estão sendo utilizados. Um deles está bloqueado devido a uma
maca quebrada, algo que poderia ser facilmente resolvido se houvesse
manutenção, e outro está sendo utilizado por um paciente já há muito
tempo.